A vida de Maya Massafera sempre teve glamour e luxo, badalação e explosões de alegria. Mas também medo, momentos de profunda tristeza e solidão.
Quem a vê hoje, tão bela e sensual, não imagina o que enfrentou e sentiu ao longo dos 43 anos nos quais viveu como Matheus.
Na adolescência, sob a identidade de gênero masculina, teve dificuldade em aceitar que era homossexual.
“Tanto que perdi minha virgindade com mulher”, revelou em vídeo de seu canal. “Lutei muito no começo porque achava que era errado (ser gay).”
Nascida em uma família rica, ela foi sequestrada aos 14 anos. O medo da violência a obrigou a mudar de cidade.
Duas mortes geraram imensurável abalo emocional: a de um irmão, com 18 anos, e de seu primeiro amor, com quem namorou por 2 anos. O rapaz cometeu suicídio.
O próprio Matheus tentou se matar na adolescência em consequência da homofobia. “Sempre amei a vida, mas era um momento em que estava sofrendo muito e queria chamar a atenção dos meus pais.”
Já com fama, enfrentou severa depressão na pandemia. A fase introspectiva gerou questionamentos sobre sua existência. Lançou novo olhar sobre si mesmo a fim de se redescobrir.
A ideia de transicionar não era nova, porém, o então apresentador temia o julgamento social. Achava-se “velho” para assumir nova identidade de gênero. Viveu discretamente seu processo até ressurgir como Maya.
Hoje, aos 43 anos, a nova influenciadora trans se tornou uma das personalidades midiáticas mais comentadas no país. As fotos e os vídeos impressionam por sua beleza e elegância. O público aguarda ansiosamente para ouvir sua voz, ainda mantida em sigilo.
Rica em dramas e conquistas, prazeres e ‘lacração’, a vida de Maya deve virar série documental. Sua visibilidade crescente prova o poder conquistado pelas mulheres transexuais não apenas na comunidade LGBT+ como também na sociedade expandida, ainda tão cis-heteronormativa.