Durante anos, em seu início na TV, Silvio Santos lidou com o boato de que era careca e usava peruca. Uma revista chegou a publicar na capa uma montagem com ele sem nenhum fio de cabelo. Lenda. O artista sempre teve farta cabeleira.
Por 49 anos, ele foi fiel a Jassa Santos, que se tornou um de seus poucos amigos. No começo, o cabeleireiro ia até a mansão do apresentador para fazer corte e penteado.
Depois, Silvio passou a frequentar o salão nos Jardins. Os cuidados aumentaram: cobria os fios grisalhos com tintura (o tom acaju se tornou famoso), fazia manicure e pedicure e, segundo uma fonte da coluna, chegou a tingir os cabelos do peito.
Mais do que exercitar a vaidade, o dono do SBT transformava as idas ao Jassa em momento de lazer. Conversava, contava piadas, conhecia outros clientes, tomava cappuccino. Muitas vezes, dava atenção a famosos que o procuravam ali a fim de negociar um emprego em sua emissora.
Jassa foi considerado o melhor interlocutor para se chegar ao pouco acessível comunicador. Exerceu forte influência sobre ele. Tinha liberdade para opinar e sugerir sobre a programação.
Seguindo o exemplo do Homem do Baú, várias celebridades viraram assíduas no local, como Ratinho, César Filho, Celso Portiolli, Luiz Bacci, Ronnie Von e Tiago Pavinatto.
A última vez de Silvio Santos no salão foi em 1° de fevereiro, quando renovou o visual. “Vou voltar para a TV”, anunciou. A promessa não se cumpriu. Morreu seis meses depois, aos 93 anos, deixando imensurável legado artístico e profunda saudade nos funcionários do salão.