Strauss-Kahn pede à mídia que o deixe em paz

10 out 2012 - 10h01

PARIS, 10 Out (Reuters) - O ex-chefe do FMI Dominique Strauss-Kahn disse em uma rara entrevista, publicada nesta quarta-feira pela revista francesa Le Point, que está cansado de ser perseguido pela mídia e implorou para ser deixado em paz, à medida que tenta superar um escândalo sexual que destruiu sua carreira.

Strauss-Kahn, que tenta retomar sua vida profissional como palestrante, enquanto enfrenta dois processos sobre suposta má conduta sexual, disse que deveria ser deixado em paz já que não foi condenado por qualquer crime.

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"Eu já não tenho funções públicas, não sou candidato a nada. Eu nunca fui condenado neste país ou em qualquer outro", afirmou Strauss-Kahn, que estava cotado para vencer a eleição presidencial francesa, em maio, antes de estourar um escândalo de suposto abuso sexual de uma camareira em um hotel de Nova York.

"Nada justifica o fato de eu ser o alvo de uma caçada dos meios de comunicação que, por vezes, se assemelha a uma caçada humana", disse ele à revista.

Strauss-Kahn, ex-ministro das Finanças, estava a poucos dias de anunciar sua candidatura para a eleição presidencial de 2012, quando foi retirado de um avião pela polícia de Nova York e preso por um curto período, após ser acusado pela camareira de tentativa de estupro.

O escândalo que se seguiu e o frenesi na mídia, que desenterrou detalhes sujos de sua vida pessoal e outras alegações de má conduta, fez com que ele virasse de um dos pensadores econômicos mais influentes do mundo a um homem que agora é mais conhecido por ser fotografado com algemas e barba por fazer.

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Apesar dos protestos de feministas durante suas primeiras palestras no circuito de conferências internacionais, o ex-chefe do Fundo Monetário Internacional recentemente apareceu em eventos na Ucrânia e no Marrocos e montou uma empresa de consultoria de negócios em Paris.

Strauss-Kahn está sendo investigado na França sobre supostas ligações com uma rede de prostituição na cidade de Lille, embora promotores tenham recentemente arquivado uma investigação mais séria sobre acusações de estupro em grupo.

Ele também está lutando contra um processo civil nos EUA aberto pela camareira de hotel que diz que ele a assediou.

"Eu não suporto as pessoas abusando da minha situação e os inquéritos judiciais que estão, erroneamente, visando a ridicularizar minha vida privada e revirar coisas, reais ou inventadas, sob o pretexto de sabe-se lá qual transparência moralizante", disse.

(Reportagem de Catherine Bremer)

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