O desaparecimento do fotógrafo mineiro Flávio de Castro Sousa completa duas semanas. Apesar da ampla cobertura da imprensa – até o ‘Jornal Nacional’ exibiu matéria, e hoje à noite será a vez do ‘Fantástico’ – e da mobilização na internet, não há pistas do paradeiro dele.
As hipóteses incluem surto psicótico que o teria deixado desorientado e estresse pós-traumático em consequência de queda acidental no Rio Sena.
Amigos que moram em Paris alimentam a esperança de encontrá-lo em algum abrigo da cidade. Como ele sumiu apenas com a roupa do corpo, sem levar o passaporte e dinheiro, conclui-se que não pode ter ido longe.
O mistério em torno de Flávio, de 36 anos, que fala francês fluentemente, trouxe à tona informações sobre o lado perigoso da bela Paris. Apesar de baixos em relação às metrópoles brasileiras, seus índices de crimes não podem ser ignorados.
A cidade de 2 milhões de habitantes (quase 6 vezes menos do que São Paulo) é cenário de furtos, roubos, golpes nas ruas, tráfico humano e violência contra LGBTs. Os ataques homofóbicos aumentaram 30% desde 2022 segundo relatório do grupo SOS Homophobie divulgado no canal de TV France 24.
Algumas áreas da capital francesa, pouco visitadas por turistas, concentram maiores riscos, a exemplo do 19º arrondissement, na zona norte, onde o comércio de drogas, a prostituição e as gangues são vistos a olho nu.
Flávio de Castro Sousa se hospedou no 13º arrondissement, uma área residencial, sem muitas atrações a visitantes. Uma de suas últimas mensagens por WhatsApp foi a um amigo, informando ter caído nas águas do Sena quando passeava na Île aux Cygnes, a Ilha dos Cisnes (leia matéria a respeito no destaque), local mais frequentado por moradores do que turistas.
Um amigo do fotógrafo, Rafael Basso, comentou em vídeo a respeito da dificuldade de conseguir imagens de câmeras de segurança da prefeitura e de estabelecimentos comerciais a fim de tentar refazer os passos do brasileiro desaparecido. Em 2023, o portal Actu informou que Paris tinha 4.000 dispositivos de vigilância nas ruas, número baixo para uma cidade tão importante.
Independentemente do desfecho, este caso serve de alerta aos brasileiros que desembarcam na Cidade Luz: aproveite os encantos parisienses, mas não se esqueça de que toda grande cidade oferece inúmeros riscos. Paris é uma festa, porém, pode ser também um pesadelo.