Na noite desta quarta-feira (9), um amigo da coluna flagrou uma das maiores atrizes brasileiras – talvez a mais conhecida no exterior – numa fila de autógrafos na Livraria da Travessa, em Pinheiros, zona oeste da capital paulista.
Lucélia Santos esperou pacientemente sua vez de cumprimentar Heloísa Périssé e conseguir uma dedicatória em seu exemplar de ‘Cheia de Graça’, obra em que a humorista relata vivência espiritual.
A protagonista de ‘Escrava Isaura’ (1976), ‘Vereda Tropical’ (1984) e ‘Sinhá Moça’ (1986), não trabalha na teledramaturgia da TV Globo desde 2001, quando fez uma temporada da série ‘Malhação’.
No podcast ‘Embrulha sem Roteiro’, ela disse que a reivindicação de direitos de imagem e melhores condições de trabalho a fizeram ser ‘persona non grata’ no canal da família Marinho.
“Há quantos anos você não me vê fazendo novela?”, questionou. “Não tem convite mesmo. Essa palavra cancelamento é nova, mas a ação de cancelar é antiga.”
Lucélia afirmou pagar o preço por não ter medo de represália ao fazer ativismo pela classe artística e ser militante de esquerda. “Se você quer preservar seu emprego, fica quieto. Isso é uma demagogia, hipocrisia, mas é a realidade que a gente tem pra hoje”, disse. “Sou destemida. Vou à luta, falo, debato.”
Aos 67 anos, a atriz se dedica ao teatro. O espetáculo mais recente, ‘Vozes da Floresta’, aborda sua relação de amizade com o líder seringueiro Chico Mendes e a luta pela preservação da floresta Amazônica e da população que nela vive.
Famosa nos quatro cantos do planeta devido às exibições de ‘Escrava Isaura’, Lucélia Santos é frequentemente entrevistada por emissoras estrangeiras. Em setembro, ela recebeu no Rio uma equipe do canal 1TV da Rússia, onde tem muitos fãs.