“No futuro, todos terão seus quinze minutos de fama”, disse o multiartista Andy Warhol uns 40 anos atrás. Podemos afirmar que a profecia se cumpriu: qualquer um se sente celebridade em suas redes sociais.
Na mídia, a superexposição com efeito instantâneo também se tornou realidade. Pode acontecer por diferentes vias: entrar em um reality show, virar notícia por um feito histórico ou se pendurar em alguém que tenha atingido o estrelato.
Este último tipo é comum no universo das celebridades. Atua como urubu circulando em torno da carniça. Na melhor oportunidade, ataca e corre para exibir o que (ou quem) abocanhou.
Neymar virou vítima recorrente deste perfil. Já foi exposto algumas vezes após encontros para sexo casual. Num caso recente, teve a infidelidade escancarada. Diante do inquestionável, admitiu ter traído a noiva grávida.
Tão feio quanto apunhalar a confiança de alguém é cavar a fama a qualquer preço. Usar um momento íntimo com uma pessoa famosa – sem o consentimento dela, obviamente – para conseguir notinhas na imprensa, ‘likes’, seguidores, os tais quinze minutos de grande visibilidade.
O caçador de fama, ou a caçadora, pode até sentir na ponta da língua o sabor agridoce de sair do anonimato, porém, o que geralmente ocorre depois é ser despachado para a obscuridade. Pior: com o rótulo de oportunista carimbado na testa.
Quem rasga a ética – e até o jogo da infidelidade tem a sua – pisoteando alguém para obter autopromoção não pode reclamar das consequências. A mais justa, o desprezo público.
Cabe aqui a adaptação de uma frase do memoralista francês François de La Rochefoucauld: “A fama devia ser sempre julgada pelos meios que usaram para obtê-la”.