Tatuador explica morte de influencer após anestesia para fazer tatuagem: 'Risco eminente'

Tatuador explica morte de Ricardo Godoi, de 46 anos, que faleceu após receber uma anestesia geral para fazer tatuagem nas costas; veja mais

27 jan 2025 - 12h50
Tatuador explica morte de influencer após anestesia para fazer tatuagem: 'Risco eminente'
Tatuador explica morte de influencer após anestesia para fazer tatuagem: 'Risco eminente'
Foto: Reprodução/Instagram / Contigo

O influenciador Ricardo Godoi, de 46 anos, faleceu na última semana em Itapema (SC), após receber anestesia geral para fazer uma tatuagem. Segundo o atestado de óbito assinado pelo diretor do Hospital Dia Revitalite, Clício J. Dezorzi, as causas principais da morte foram "indução anestésica","parada respiratória" e "parada cardíaca". O estúdio responsável por fechar as costas do rapaz com tatuagens contratou o hospital particular com toda a estrutura necessária, além de um anestesiologista experiente. Agora, o tatuador profissional Adão Rosa comenta o caso. O especialista é responsável por tatuar grandes celebridades como Gusttavo LimaNeymar, MC Guimê, Vini Jr, Gabigol eBruna Marquezine.

Pode usar anestesia geral para fazer tatuagem?

De acordo com o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC), não existe proibição formal para o uso de anestesia geral em procedimentos de tatuagem. No entanto, o órgão destacou que cabe aos profissionais avaliar a relação risco-benefício em cada caso, ressaltando a necessidade de estrutura e protocolos rigorosos para garantir a segurança do paciente.

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Para Rosa, a anestesia não é o caminho mais viável para quem deseja fazer uma tattoo que exige uma longa sessão. Ao invés disso, ele recomenda a sedação profunda: "Somos os pioneiros em sedação no Brasil, desde 2017, e nunca utilizamos anestesia geral, que é um procedimento com os mesmos riscos de uma cirurgia, por exemplo. É um perigo iminente. Já a sedação, que é um sono profundo, não oferece os mesmos riscos. Além disso, sempre temos acompanhamento médico e em casos mais complexos estrutura de UTI. Não indico a anestesia geral, isso é uma irresponsabilidade e deve ser evitado".

Apesar da sedação ser mais segura, o paciente deve fazer todos os exames necessários para que a equipe médica verifique que ele está apto para receber a substância sonífera. "Esse caso [a morte] não deve gerar um pavor coletivo. É um caso isolado e deve ser investigado porque a anestesia geral não deveria ser usada para esse fim. É um risco grande", pontuou Rosa.

Esse tipo de sedação é mais aconselhável para quem vai fazer desenhos grandes, porém, o tatuador indica que qualquer pessoa pode exigir a substância mesmo em tatuagens menores: "Por outro lado, nenhuma técnica de sedação deve ser banalizada, temos que ter responsabilidade dobrada ao indicar o procedimento e avaliar o cenário como um todo, afastando riscos e complicações. Já fizemos milhares de tatuagens com sedação e nunca tivemos um incidente. Isso mostra o quão segura e responsável é a técnica".

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Foto: Reprodução / Contigo
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