Domingo era dia de Silvio Santos, Gugu e Faustão, mas também de ‘Barrados no Baile’. O programa fez enorme sucesso na programação da Globo. Inspirou a criação de atrações juvenis como ‘Malhação’.
A protagonista, Brenda, representava as adolescentes em busca de aceitação por um grupo, a popularidade na escola, o gosto por moda, o primeiro amor e a descoberta sexual. Virou ícone de uma geração. Muitas bebês brasileiras receberam o nome da personagem.
Presente em 4 das 10 temporadas originais, o papel transformou a desconhecida Shannen Doherty em estrela da TV. A fama subiu à cabeça. Após sucessivos problemas nas gravações e nos bastidores, ela foi tirada do elenco.
Nunca mais fez um programa com tamanha repercussão. Chegou o mais perto com a série ‘Charmed’. Em 2008, aceitou participar de alguns episódios da nova versão de ‘Barrados no Baile’, sem o mesmo impacto na audiência.
Nos últimos anos, surgia na mídia para comentar a luta contra o câncer de mama descoberto em 2015, com metástase no cérebro e nos ossos. Reclamou da solidão trazida pela doença e da dificuldade de encontrar um homem disposto a namorar uma mulher “com prazo de validade”.
Em uma entrevista à ‘People’, no fim do ano passado, fez comovente desabafo. “Não quero morrer... Não acabei de viver. Não acabei de amar. Não acabei de criar coisas. Não acabei de mudar as coisas para melhor.”
Sua morte no dia 13 de julho, aos 53 anos, foi o capítulo final de longo período de sofrimento e autocomiseração. Vivia longe de Hollywood e do glamour dos velhos tempos. Ciente da proximidade do fim, vendeu a maior parte do patrimônio para custear o tratamento e fazer doações à mãe e ao único irmão.
Antes de Shannen Doherty, outro ator de ‘Barrados no Baile’ morreu precocemente. O galã Luke Perry, que interpretava Dylon, não resistiu a complicações de um acidente vascular cerebral em março de 2019. Tinha 52 anos.