No fim da tarde de quinta-feira (12), o diário ‘Le Parisien’ publicou uma matéria em texto e vídeo sobre o desaparecimento do fotógrafo Flávio de Castro Sousa. O mineiro, de 36 anos, deveria ter embarcado em Paris com destino ao Brasil no dia 26 de novembro, mas, desde então, não há notícia sobre seu paradeiro.
A reportagem destacou trechos da cobertura feita pelo ‘Jornal Nacional’, da Globo, e por dois programas da Record, o ‘Domingo Espetacular’ e o ‘Balanço Geral’, para contar a história. Amigo de Flávio, o pesquisador Rafael Basso, morador da capital francesa, acompanhou a equipe do jornal até a Île aux Cygnes (Ilha dos Cisnes).
Localizada no meio do Sena, a oeste da cidade, foi onde o fotógrafo disse ter caído no famoso rio e ficado por algumas horas até ser avistado por um pedestre que acionou os bombeiros. A imagem mostra que para chegar até a água, ele teve de pular uma cerca de ferro e descer um barranco íngrime coberto de grama.
Na troca de mensagens por WhatsApp com o estudante de moda Alexandre Callet, com quem fez amizade na viagem e a quem se referiu como “namoradinho” em conversa com uma amiga de Belo Horizonte, Flávio não explicou como ocorreu a queda nem o motivo de não ter usado o celular para pedir ajuda.
O vídeo do ‘Le Parisien’ mostra o último contato do fotógrafo com Alexandre, quando já estava de volta ao apartamento que alugou. “Está se sentindo melhor, meu querido?”, pergunta o francês. “Sim”, responde o brasileiro. “Eu vou tentar dormir. Eu estou exausto.” Eram 14h20 de 26 de novembro. Nenhum dos amigos viu ou falou com Flávio depois disso.
Na matéria, Rafael Basso reclamou da polícia de Paris. “Alexandre teve de ir à delegacia três vezes antes que seu relato (do desaparecimento) fosse levado a sério”, contou. “... não nos sentimos ouvidos.” Após a repercussão no Brasil – inclusive entre políticos mineiros – e na mídia francesa, os investigadores dão mais atenção ao caso.
O amigo de Flávio também se queixou dos boatos que circulam na internet. Citou a teoria de que o brasileiro teria sido vítima de tráfico de órgãos. “O que sua família não precisa agora é de notícias falsas”, afirmou.