Circula nas redes sociais uma imagem do ator Rodrigo Santoro usando uma camiseta branca em que se vê o rosto do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), estampada em preto. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que essa informação fosse analisada. Confira a seguir o trabalho de verificação feito pela Lupa:
"Santoro veste camiseta de Bolsonaro"
Imagem que até as 21h do dia 14 de novembro de 2018 já tinha mais de 207 mil compartilhamentos no Facebook (aqui, aqui e aqui)
FALSO
A imagem analisada pela Lupa foi adulterada. Na versão original, a camiseta de Rodrigo Santoro é lisa - sem qualquer estampa. Além disso, de acordo com a ferramenta TinEye, a imagem está disponível na internet desde pelo menos 21 de fevereiro de 2016 - bem antes do início da campanha eleitoral de 2018. A imagem original aparece num site que agencia artistas.
Ainda vale ressaltar que Santoro concedeu entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, e disse que não manifestaria sua opinião política publicamente porque, nas vezes em que o fez, teve suas falas descontextualizadas.
"[Santoro] Nunca precisou da Lei Rouanet"
Imagem que até as 21h do dia 14 de novembro de 2018 já tinha mais de 207 mil compartilhamentos no Facebook (aqui, aqui e aqui)
FALSO
Os dois posts analisados pela Lupa também "informam" que Santoro nunca precisou da Lei Rouanet. Essa informação é falsa.
Criada em 1991, durante a presidência de Fernando Collor de Mello, a Lei 8.313/91, conhecida como Rouanet, é hoje o principal mecanismo para fomento às atividades culturais no país. A lei estabelece que o governo pode abrir mão de recolher parte do imposto de renda de empresas e pessoas físicas para que essa verba seja usada no apoio a projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura - jamais a pessoas físicas ou artistas de forma direta. Uma análise detalhada mostra que alguns dos filmes estrelados por Santoro sim receberam incentivo da Lei Rouanet. É o caso, por exemplo, de Não Por Acaso (2007) e Os Desafinados (2008).
Verificações semelhantes foram feitos pelos sites Aos Fatos e Boatos.org.
*Nota: esta reportagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.