O diretor, ator e dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, de 86 anos, teve 53% de seu corpo queimado no incêndio que aconteceu em seu apartamento nesta terça (4/7).
Segundo sua sobrinha, Beatriz Corrêa, ele precisou ser hospitalizado rapidamente. "Ele fez uma cirurgia e está indo para a UTI. Ele precisou ser intubado. Apesar da situação ser grave, fomos informados que ele está estável, mas não sabemos detalhes", ela contou à colunista Monica Bergamo.
Outras vítimas
Quem também foi vítima do incidente foi o marido do artista, Marcelo Drummond, de 37 anos, que precisou de amparo médico após inalar muita fumaça. Outras duas pessoas também estavam no local, como Victor Rosa, que tentou salvar o diretor, e o ator Ricardo Bittencourt.
Segundo o artista, ele também precisou de ajuda médica por inalar a fumaça: "Foi um horror. Acordei com as labaredas e levei um tempo para entender que era fogo de verdade".
De acordo com ator Pascoal da Conceição, amigo dos dois e que também faz parte da equipe do Teatro Oficina, ambos estão internados com um nível alto de monóxido de carbono no sangue e receberam teste positivo para Covid-19.
Início e gravidade do incêndio
Relatório da Polícia Civil afirma que o incêndio começou no aquecedor do quarto de Zé Celso e se alastrou pelas roupas que estavam lá. O artista estava no centro do incêndio e se feriu gravemente.
Ao chegar no hospital, o artista foi imediatamente encaminhado para a UTI e intubado. "A gravidade existe pela própria situação, mas não há complicações", explicou a médica Luciana Domshke. Mesmo a decisão de intubá-lo faz parte do tratamento típico. "Quando a gente queima, há um inchaço. E quando isso acontece na traqueia, o edema pode fechar a passagem do ar. Por isso, para os pacientes queimados, existe um protocolo para que sejam intubados, para não correr o risco de insuficiência respiratória".
Artista tinha recém-casado
Com mais de 60 anos de carreira, Zé Celso é considerado um dos dramaturgos mais importantes do Brasil. Ele foi responsável por fundar o Teatro Oficina, conhecido como templo das Artes Cênicas brasileiras, criado no Bixiga, no coração de São Paulo, e realizou montagens históricas, representando um foco de resistência ativa à ditadura militar e ao conservadorismo no país.
Ele tinha acabado de se casar com o namorado de longa data Marcelo Drummond. A cerimônia aconteceu no dia 6 de junho, no Teatro Oficina, e contou com a presença de grandes nomes da indústria cultural brasileira, como Daniela Mercury, Marina Lima e Mariana Morais, que celebraram o casamento a partir de uma performance coletiva.