Em matéria no ‘Jornal Nacional’ sobre o extenso e grandioso currículo do dramaturgo Gilberto Braga, o repórter Paulo Renato Soares citou a cena mais polêmica de seu último folhetim, de 2015.
“Em ‘Babilônia’ teve o beijo gay no primeiro capítulo da novela, entre duas grandes divas da TV, Nathália Timberg e Fernanda Montenegro”, disse.
Mas o trecho exibido foi de outro beijo na boca entre as atrizes, exibido no último capítulo, como um recado contra a onda de intolerância que atingiu a trama justamente pelo citado beijo na estreia.
O beijo do primeiro capítulo teve duração maior (10 segundos, uma eternidade em televisão) e encenação ‘caliente’. Tal gesto de amor e desejo chocou os telespectadores conservadores e fez ‘Babilônia’ virar alvo de uma campanha de boicote.
Foi o segundo erro da Globo ao homenagear Gilberto Braga, morto aos 75 anos em consequência de infecção sistêmica. O primeiro equívoco ocorreu ao atribuir a ele, em outra matéria, a autoria de ‘O Salvador da Pátria’, novela de 1989 escrita por Lauro César Muniz.
Uma notícia quente (‘hard news’, no jargão jornalístico), editada às pressas para ir logo ao ar, pode realmente induzir a erro. Mas, nesse caso, todas as informações sobre a obra do consagrado novelista estão disponíveis em uma plataforma da própria emissora, ‘Memória Globo’. Bastava checar, copiar e colar.