Leonardo DiCaprio revelou ao E! News que não se cansa de agradecer a Sharon Stone "muitas vezes" por ajudá-lo no começo de sua carreira, pagando do próprio bolso seu salário para incluído no filme "Rápida e Mortal" (1995), de Sam Raimi, após o estúdio recusar-se a contratar um menino desconhecido. Ela foi a primeira a reconhecer seu talento em Hollywood.
DiCaprio tinha acabado de finalizar seu primeiro papel de destaque, no filme indicado ao Oscar "Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador" (1994), e Stone queria trabalhar com o então jovem ator e também com outro desconhecido, Russel Crowe, brigando com o estúdio pela escalação dos dois.
"Ela disse: 'Esses são os dois atores com quem quero trabalhar'", lembrou DiCaprio. "É incrível. Ela tem sido uma grande defensora do cinema e de dar oportunidades a outros atores, então estou muito grato", lembrou DiCaprio.
"Já agradeci a ela muitas vezes", acrescentou. "Não sei se enviei a ela um presente físico de agradecimento, mas não canso de agradecê-la o suficiente."
Briga por DiCaprio foi parar em livro
Em "Rápida e Mortal", Stone vive uma pistoleira que entra numa competição de duelos numa cidadezinha do Velho Oeste para acertar contas com seu líder (Gene Hackman). Em suas memórias de 2021, "The Beauty of Living Twice", ela revelou que teve que pagar o salário de DiCaprio depois que o estúdio TriStar Pictures se recusar a incluí-lo no elenco.
"Esse garoto chamado Leonardo DiCaprio foi o único que acertou em cheio no teste", escreveu Stone, acrescentando que fez o teste com vários atores adolescentes para o papel de The Kid. "Na minha opinião, ele foi o único que entrou e chorou, implorando ao pai que o amasse enquanto ele morria no local."
Stone se lembra dos executivos do estúdio dizendo a ela: "Por que um desconhecido, Sharon, por que você está sempre atirando no próprio pé?'"
"O estúdio disse que se eu o quisesse tanto, poderia pagá-lo com meu próprio salário. Foi o que fiz", explicou Stone.
Esta briga acabou motivando Stone a se tornar produtora, para brigar pelo elenco que acreditava merecer o trabalho.
Russell Crowe também agradece
Além de DiCaprio, Russell Crowe também se lembra com carinho da defesa de Sharon Stone a sua escalação, dizendo que devia a sua carreira a ela. Em entrevista de 2020 no talk show de Seth Meyers, ele disse que talvez não estivesse mais no cinema se a atriz não tivesse lutado por ele naquele filme.
"Demorei 18 meses ou mais e literalmente centenas e centenas de reuniões antes de conseguir um trabalho americano. E só consegui porque Sharon Stone viu um filme que eu estrelei [na Austrália]", ele contou. "E ela estava em uma guerra de espadas com os produtores masculinos do filme e bateu o pé para dizer: 'Vou contratar a pessoa que quiser contratar como interesse amoroso'", Crowe contou.
No filme, Crowe interpretou Cort, um ex-pistoleiro e fora-da-lei que se tornou pregador. Foi sua estreia no cinema americano. Dois anos depois, ele estrelou "Los Angeles: Cidade Proibida", filme indicado a 9 Oscars, e nunca mais parou, vencendo seu próprio Oscar por "O Gladiador" (2000).
No mesmo ano em que "Rápida e Mortal" estreou, DiCaprio estrelou "Diário de um Adolescente" e "Eclipse de uma Paixão". No ano seguinte, a carreira do ator explodiu com o sucesso de "Titanic", de James Cameron. Com isso, o estúdio Tri-Star assumiu seu erro. Quando "Rápida e Mortal" saiu em vídeo em 1996, o nome do "desconhecido" foi realçado à condição de coprotagonista no trailer do lançamento. Veja abaixo a divulgação do VHS.