Em entrevista a Joana Dale, da revista ‘Ela’, encartada na edição de domingo de ‘O Globo’, Wagner Moura atacou Jair Bolsonaro. “Está no poder um psicopata”, disse.
Ao opinar a respeito da gestão da pandemia de covid-19 pelo governo federal, ele manteve a contundência. “Foi uma tragédia, sobretudo porque a grande maioria das 600 mil mortes no Brasil poderia ter sido evitada, como a do Paulo Gustavo”, afirma.
“E o presidente segue andando por aí sem máscara, sem dar exemplo. O Bolsonaro precisa responder por essas mortes. Ele tem que ser preso.”
Radicado há 3 anos em Los Angeles em razão da carreira internacional, Moura faz uma temporada no Brasil para lançar em várias cidades o longa ‘Marighella’, sua estreia na direção.
Rodado em 2017, traz Seu Jorge no papel-título do guerrilheiro que lutou contra o regime militar e foi morto por agentes do DPOS (Departamento de Ordem Pública e Social) em novembro de 1969.
O filme teve a estreia adiada algumas vezes. A produção acusou a Ancine (Agência Nacional do Cinema) de dificultar os trâmites por suposta influência de ideologia antiesquerda. “Numa época em que o Bolsonaro atacava o cinema nacional”, argumenta Moura.
Na matéria, o ator revela sentir “ódio” quando dizem que “mamou” em recursos do Estado. Conta não ter usado dinheiro da Lei Rouanet nem da Lei do Audiovisual em ‘Marighella’. “É uma produção feita com o fundo setorial e dinheiro da Globo Filmes”, explica.
No momento, o ator pode ser visto na reprise de ‘Paraíso Tropical’, de 2007, no Canal Viva. Foi sua última novela na Globo. O papel do ambicioso executivo Olavo, par da impagável garota de programa Bebel (Camila Pitanga), gerou a Wagner Moura o ápice de popularidade na teledramaturgia.