Mick Jagger é uma das referências quando se fala em frontmen de rock e performers em geral. Famoso pela disposição mesmo em idade avançada e a forma única de dançar no palco, o vocalista dos Rolling Stones aprendeu a se movimentar com uma das melhores. Nos anos 1960, não era raro encontrá-lo a observar as apresentações de Tina Turner.
Na biografia Tina Turner: Minha História de Amor (2018) (via Far Out Magazine), a cantora narra suas primeiras interações com o então jovem vocalista dos Stones. No período, Jagger elogiou a forma como Tina e suas bailarinas dançavam e então tentou aprender alguns passos.
Ela conta:
Quando finalmente vi Mick Jagger pela primeira vez, ele estava parado na lateral do palco. Mais tarde, ele apareceu no camarim e disse: 'eu gosto de como vocês garotas dançam'. Ele era um pouco estranho naquela época. Nós o colocamos no nosso grupo e ensinamos a ele como fazer o 'pônei' (passo de dança). Até hoje, Mick gosta de dizer: 'minha mãe me ensinou a dançar', mas eu sei a verdade."
Em entrevista para a Rolling Stone EUA disponível no livro The Masters: Conversations with Dylan, Lennon, Jagger, Townshend, Garcia, Bono, and Springsteen (2023), de Jann S. Wenner, Mick Jagger cita a influência e ainda compara Tina a outro grande artista. O vocalista dos Rolling Stones disse:
Fui influenciado por ela. Várias performers mulheres são estáticas - ou certamente eram nos anos 60. Elas faziam o seu melhor, mas não eram como Tina. Ela era como uma versão feminina de Little Richard e respondia ao público."
Homenagem e reconhecimento
Quando Tina Turner faleceu, em maio de 2023, Mick Jagger publicou uma mensagem nas redes sociais onde confirma novamente a ajuda que recebeu na juventude. Em seu perfil no X, o cantor escreveu:
"Estou tão triste com o falecimento da minha maravilhosa amiga Tina Turner. Ela era verdadeiramente uma cantora e performer enormemente talentosa. Tina era inspiradora, calorosa, divertida e generosa. Ela me ajudou tanto quando eu era jovem e eu nunca vou me esquecer dela."
I'm so saddened by the passing of my wonderful friend Tina Turner.
She was truly an enormously talented performer and singer. She was inspiring, warm, funny and generous. She helped me so much when I was young and I will never forget her. pic.twitter.com/TkG5VrdxXO
— Mick Jagger (@MickJagger) May 24, 2023
Mick Jagger e Tina Turner juntos
Em 1985, Jagger e Turner se apresentaram juntos em um dos eventos mais lembrados da história da música: o Live Aid. A dupla cantou "State of Shock" - gravada originalmente por Mick e Michael Jackson - e "It's Only Rock 'n' Roll (but I Like It)", dos Stones.
A ocasião também é lembrada pelo momento em que a saia de Tina é retirada pelo cantor. Sobre isso, a chamada Rainha do Rock and Roll contou também em sua biografia (via site Igor Miranda):
Mick e eu nunca poderíamos ficar lá e só cantar - não éramos nós. Tivemos que fazer algo. Ele me olhou. Eu estava usando uma blusa de couro preto apertado e saia. Pude ver uma ideia travessa se formando. 'Essa saia sai?', ele perguntou maliciosamente. 'O quê?', respondi assustada… 'Eu vou tirar sua saia'. Perguntei a ele o porquê, mas era tarde demais para conversar, Mick já havia se decidido. Não era como se algum cara aleatório tirasse minha saia. Ele era um garoto que eu conhecia há muito tempo."
A amizade permaneceu ao longo dos anos. Turner chegou a declarar que Jagger era seu "crush" famoso.
A cantora fez turnês com os Stones em 1966, ainda quando era parte da dupla com o então marido, Ike Turner, e em 1981, já como artista solo. Tina aparece também no documentário Gimme Shelter (1970), que mostra uma excursão dos britânicos pelos Estados Unidos em 1969.
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Colaborou: André Luiz Fernandes.