O jornalista Pedro Bial homenageou a cantora Rita Lee durante o velório da artista, no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo, nesta quarta-feira, 10. Em entrevista à imprensa, o apresentador relembrou os bons momentos que teve com a rainha do rock nacional.
"Rita não acabou. Pelo contrário, ela ainda tem muita vida pela frente, não mais de corpo presente, mas o espírito vai. E esse espírito, em uma época de convicções muito extremas, muito assertivo na doçura, sem tentar vencer ninguém, só de tentar se impor, Rita dominou. Só com aquele jeitinho dela, as colunas da hipocrisia racharam e hoje elas estão em ruínas. Rita é luz", destacou ele.
Rita Lee morreu na segunda-feira, 8, aos 75 anos, na casa onde morava, em São Paulo. Cercada da família, a rainha do rock nacional tratava um câncer desde 2021.
Segundo Bial, o último contato que os dois tiveram foi por telefone, através de Guilherme Samora.
"Eu acho que vamos ter saudade para sempre, mas é uma saudade muito prosa, muito orgulhosa de ter convivido com ela. Todos nós fomos parceiros de vida, de época e isso é inestimável", disse.
Mas a saudade certamente será atenuada com produções sobre a grande artista que Rita Lee foi. Apesar do muito que já se falou sobre a cantora -- e por ela mesma, em suas biografias --, Bial aposta que há bastante coisa a ser dita ainda.
"Já se falou tudo da Rita, e, claro, vai continuar se falando, por filmes e livros. Tenho certeza que ela deixou mil surpresas ainda, inéditas", acrescentou.
Fãs enfrentam chuva para se despedir
Os primeiros fãs, com muitos cartazes e capa de chuva, chegaram ao Planetário do Parque Ibirapuera por volta das 5h. A entrada ao público começou pontualmente às 10h.
Lucas, de 21 anos, carregava com ele um LP de Rita Lee e afirmou ser um grande fã da artista desde criança e que tem todos os discos dela.
"Com o passar dos anos foi aumentando cada vez mais a paixão. Eu lutei muito para tentar conhecer ela, infelizmente não consegui, mas coleciono tudo que é dela e ela é a coisa mais importante da minha vida atualmente", disse ele.
Quem também contou ser fã de Rita desde que ainda era criança foi Priscila, de 32 anos. "[Saber da partida dela] foi muito triste. A gente estava esperando esse livro dela novo, que ela pudesse fazer autógrafos de novo", lamentou a fã. "Ela representava liberdade, música, essência e vida! Sem ela o mundo fica mais cinza", acrescentou.
*Com colaboração de Isabella Lima.