Àttooxxá: banda baiana que fez "Tatá Werneck" tirar a roupa

Conheça o grupo que embalou cena de embriaguez de Rita, em "Shippados", e faz sucesso no Sudeste com pagode baiano eletrônico

19 set 2019 - 09h00
(atualizado às 10h02)

A batida não é exatamente eletrônica e tão menos se resume a um pagode baiano. Quem não conhece Àtooxxá, grupo formado por Rafa Dias, Oz, Chibatinha e Raoni Kanalha, pode até achar que a música tem o estilo semelhante ao funk carioca. Mas de acordo com um dos vocalistas do grupo fundado em 2016, o que resume a produção artística da banda é um grande "liquidificador". "Tem influência de artistas gringos, como John Meyer, muito de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Pagod'Art, Léo Santana, Marcio Vitor (Psirico) e Bonde do Arrocha", explica Oz.

Raoni, Rafa Dias, Oz e Chibatinha: Áttooxxá
Raoni, Rafa Dias, Oz e Chibatinha: Áttooxxá
Foto: Instagram / Reprodução

E é a salada musical que garante ao grupo shows lotados no Sudeste e verdadeiras experiências de verão em Salvador – cidade onde o quarteto surgiu. O sucesso do groove foi capaz de transcender a Bahia para além dos fones de ouvido ou das imersões dançantes: Àttooxxa ganhou a trilha sonora de uma produção da Globo para chamar de sua. 

Publicidade

Em "Shippados", produção do Globoplay assinada por Fernanda Young (1970-2019) e lançada em março deste ano, a banda emplacou "Ligadin" (Luvbox, 2018) na cena de embriaguez de Rita, papel de ninguém menos que a humorista Tatá Werneck.

Minutos antes de a protagonista dar PT (ou perda total), ela discute com o namorado Enzo (Eduardo Sterblitch) ao som de Àttooxxá. Na sequência, a personagem se solta com vontade, dança compulsivamente e ganha "Envolvimento", de MC Loma, como hit do ápice de sua cena de "nudez parcial", com imagens rápidas de um top-less

Rita (Tatá Werneck) em cena dançante após ouvir Àttoxxá na série Shippados.
Foto: Globoplay / Reprodução

Da trama à vida real: "Bailaum Blvck Bvng"

O fenômeno que acontece com Rita (ou Tatá) é bem semelhante à "quebradeira" incorporada a quem escuta a banda ao vivo. É difícil controlar o corpo com a mixagem de som, principalmente quando Chibatinha, o guitarrista, "chora a viola", vai à frente do palco e faz um solo instrumental. "Na hora do 'Chibatinha, toca aquela', a galera grita. É massa demais. Em São Paulo e em outros estados por onde a gente passa a galera já curte, pulsa, mas Salvador, nossa terra, é diferente. Tem aquela energia", descreve o guitarrista.

Além do "Bailaum Blvck Bvng", como são chamados os shows do grupo Brasil afora, o grupo produz a festa "Tá Batenu", para esquentar o verão de Salvador. Nos eventos as experiências são completas: dá para requebrar e sentir um pouco do Carnaval de Salvador – em termos de malemolência e gasto energético –, mas há particularidades como a identidade visual, a grafia (a começar pelo nome da banda com letras dobradas) e os audiovisuais coloridíssimos, que só Àttooxxá é capaz de oferecer.  

Publicidade
Em show de Àttooxxá, Chibatinha faz solo de guitarra.
Foto: Instagram / Reprodução

Boom

Logo após o lançamento do primeiro disco "Àttooxxá é F*da P*rra", de Rafa Dias, os parceiros que se encontravam para fazer a festa "Bota Pagodão" entenderam que era a hora de profissionalizar a diversão esporádica. "A ideia foi criar o grupo para que todos partipassem mais. Antes, todo mundo participava. Só que era mais indiretamente, conciliando outros trabalhos. Em 2016 a gente engatou esse formato da banda e tudo mais. A gente não imaginava que ia alcançar essa proporção. Meio que bateu muito rápido", relembra o vocalista Raoni Kanalha.

A ascensão da banda foi rápida: dois anos entre a concepção e a eleição de "Elas Gostam" como música do Carnaval de Salvador em 2018. O título é um dos mais importantes para o cenário musical local. Ainda que a música seja de Àttooxxa, o hit estourou mesmo foi na voz de Márcio Vitor, da banda Psirico, de quem Oz é parceiro desde os tempos de morada no bairro do Engenho Velho de Brotas, na capital baiana.

"Ele nos pediu uma música na época em que estávamos participando de shows pelo Brasil. Depois que fizemos, apresentamos ao público em algumas apresentações e resolvemos liberar pra Márcio, que é um monstro sagrado da música. Foi gratificante fazer algo com a cara do Psirico. A força que Márcio tem foi crucial para o nosso crescimento", conta Oz. 

A partir disso, a cada Folia de Momo Àttooxxá risca mais um item da lista de conquistas. Este ano, o quarteto comandou um trio elétrico junto às atrações gringas da festa, Major Lazer e Tropkillaz.  "O som dos caras tem a ver com o nosso, a concepção dos shows é parecida, tem a música eletrônica... A gente participou de um jeito bem espontâneo. Não teve um ensaio prévio, mas foi aquele lance da arte", descreve Raoni.

Publicidade

Atualmente, Àttooxxá acumula três álbus já lançados. "Àttooxxá é F*da P*rra" (2016), "Blvckbvng" (2016) e "Luvbox" (2018). Cada uma das produções é assinada por um dos componentes Rafa Dias, Oz, e Raoni Kanalha, deixando à Chibatinha a missão de incorporar o quarto à coleção.

Segundo o artista, o projeto já está sendo executado e deve ser lançado no ano que vem. "Vai ter groove, vanguarda, muita coisa de referência que ouvi de Salvador. Davi Moraes, com sua guitarra percussiva. John Meyer, que é pra mim um sentimento. Eu gosto dele. Eu gosto... O próximo álbum vai ter um tiquinho de cada disco, mas com a cara de 'Chora Chibatinha", detalha o guitarrista.

Nesta quinta-feira (19), Àttooxxá volta a se apresentar em São Paulo. O show será às 23h no Cine Joia. Vai meter dança?

Oz, Chibatinha, Raoni Kanalha e Rafa Dias após apresentação.
Foto: Instagram / Reprodução

Veja aqui o "dicionário de baianês" a partir de músicas de Àttooxxá:

Veja mais:

Após depressão, Rael faz disco de amor "do começo ao fim"
Video Player
Fonte: Redação Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se