O grande personagem da comemoração de vinte anos do Goiânia Noise é o próprio festival, que comemora uma invejável longevidade quando falamos do cenário independente. Abrindo a edição 2014 na noite dessa sexta-feira (5), o evento teve sua primeira data realizada no Centro Cultural Oscar Niemeyer, que já foi sua casa em antigas edições, com uma série de "porradas" das bandas visitantes - Biohazard e Matanza - e de nomes já fortes na cena local, como Mechanics, Girlie Hell, Coletivo Sui Generis e Ghon.
Fãs do Biohazard viram o show de um lugar estratégico: o palco (Foto: Osmar Portilho/Terra)
Grande atração da noite, os norte-americanos do Biohazard acabaram por subir como penúltima banda em função de alguns atrasos nos shows anteriores, fato que nada influênciou para que fizessem a apresentação mais explosiva da abertura do festival. Ao focar seu setlist nos três primeiros álbuns - Biohazard (1990), Urban Discipline (1992) e State of the World Adress (1994) -, o quarteto de Brooklyn fez o hardcore nova-iorquino soar atual e os anos 90 não tão distantes de 2014. Músicas como Punishment, Shades of Grey e Hold My Own se tornaram hinos cantados aos urros dentro de uma sequência de acordes pesados vindos da guitarra de Bobby Hambel.
Em um momento curioso, um garoto invadiu o palco, foi rapidamente contido por alguém da produção e devolvido para a área inferior. O vocalista Billy Graziadei advertiu o funcionário com um pito do tipo "não vai ser assim". E não foi mesmo. O mesmo fã não só foi chamado de volta, mas como uma invasão generalizada e entusiasmada tomou o palco.
Já os cariocas do Matanza, liderados por Jimmy London, mostraram a força da banda na capital goiana. Desde cedo, a presença de camisetas do grupo era notável entre os fãs que chegavam ao festival e por lá permaneceram até o seu encerramento. O rock briguento e com bafo de cerveja do Matanza foi retribuído por seus fãs goianos que cantaram os refrãos embriagados de Rio de Whisky, Mulher Diabo e Pé na Porta, Soco na Cara.
Bullas Attekita é vocalista da banda goiana Girlie Hell. (Foto: Osmar Portilho/Terra)
O restante do line-up foi formado só por pratas da casa. Os veteranos do Mechanics, cujo vocalista é um dos fundadores da Monstro Discos, organizadora do festival, possuem experiência de sobra em termos de Noise para um show arrebatador. A formação da banda, por si só, já é pesada suficiente com duas baterias no palco, o que dá uma outra dimensão para que a ouve, principalmente na hora das viradas.
A trinca inicial foi formada pela pesada banda Ghon, seguida pelo Coletivo Sui Generis, que carrega orgulhosamente uma camiseta com a sigla GHC (Goiânia Hard Core) e as garotas do Girlie Hell, que mostraram seu peso melódico cheio de influências dos anos 90.
(Fotos: Osmar Portilho/Terra)
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A reportagem do Terra viajou a convite da Monstro Discos.