Como o Slipknot foi alvo de ódio de outras bandas em sua 1ª grande turnê

Mascarados tocaram no palco secundário do Ozzfest em 1999, pouco antes de lançarem seu álbum de estreia e ganharem fama

22 dez 2024 - 08h06
Como o Slipknot foi alvo de ódio de outras bandas em sua 1ª grande turnê
Como o Slipknot foi alvo de ódio de outras bandas em sua 1ª grande turnê
Foto: Andrew Benge/Redferns / Rolling Stone Brasil

Em 1999, pouca gente conhecia o Slipknot. Isso logo mudaria com a inclusão da banda no festival itinerante Ozzfest, promovido em especial por Sharon Osbourne, esposa e empresária de Ozzy Osbourne. Na turnê, os mascarados ganharam não só fama, como também a antipatia de outros artistas.

É o que dizem o guitarrista Jim Root e o percussionista Shawn "Clown" Crahan. Os músicos relembraram seu primeiro Ozzfest durante entrevista para a Metal Hammer.

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Sem citar nomes, Root contou o que ouvia de outros músicos presentes no festival. Nomes como Black Sabbath, Slayer, Deftones, Primus, Godsmack, Fear Factory, System of a Down, Rob Zombie, Static-X, entre outros, estavam escalados.

O músico afirmou:

Eles diziam diretamente nas nossas caras: 'vocês não vão durar muito'. Ou: 'vocês vão ter sorte se venderem 6 mil discos'. Era meio que uma tortura mental. Mostra o quão competitivo o cenário poderia ser naquela época."

O Slipknot tocava no palco secundário do Ozzfest. Seu álbum de estreia, homônimo, apenas alguns meses depois das datas do festival.

Com isso, a banda teve a ideia de distribuir gratuitamente fitas cassete com duas faixas do disco, para ajudar na divulgação dos shows e do registro. Em algum momento, foram orientados a parar de fazer isso, mas Clown ficou tão zangado com a situação e o tratamento recebido que resolveu continuar.

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O percussionista contou:

Eu disse: 'dane-se isso, não posso deixar essas fitas serem desperdiçadas'. Eu pensei: 'nós não vamos ser chutados da turnê (por isso), e se eu tiver que pedir desculpas depois, eu vou pedir'. E em todo lugar que eu ia, tudo o que eu ouvia era nossa fita sendo tocada em centenas de carros."
Slipknot
Foto: Paul Bergen/Redferns / Rolling Stone Brasil

Sharon Osbourne, a salvadora

O Slipknot só tinha aceitado parar a distribuição de fitas em respeito à Sharon Osbourne. A organizadora do Ozzfest sempre apoiou a banda.

A prova disso aconteceu em outro momento de 1999, quando os mascarados participaram da Livin La Vida Loco Tour. O giro também trazia Machine Head, Amen e Dope, além do Coal Chamber - empresariado pela esposa de Ozzy - como headliner.

Jim Root acredita que seu grupo sofreu tentativas de sabotagem e expulsão da turnê ao longo do tempo, mas Sharon interveio. Segundo o guitarrista:

Nós estávamos desequilibrados, e eu acho que houve movimentos para nos chutar da turnê mais de uma vez. Mas Sharon Osbourne dizia: 'O motivo de vocês terem pessoas nesses shows é por causa daquela banda ( Slipknot). Calem a p*rra da boca e façam seus shows'. Foi uma época bem interessante."

Slipknot, Ozzfest e Knotfest

Depois das experiências duras do início, o Slipknot ainda voltou ao Ozzfest em 2001, 2004, 2005 e 2013. Em 2012, a banda criou seu próprio Knotfest, que acontece anualmente desde 2014 e foi expandido para outros países além dos Estados Unidos, incluindo o Brasil.

Nos anos de 2016 e 2017 os dois eventos aconteceram juntos, em uma parceria chamada de Ozzfest Meets Knotfest. O festival de Ozzy e Sharon teve sua última edição em 2018.

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Colaborou: André Luiz Fernandes.

Rolling Stone Brasil
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