O último show de Rita Lee, cantora que morreu nessa segunda-feira, 8, foi em 2012 e ficou marcado pela postura combativa dela contra à violência policial.
Enquanto se apresentava no palco, policiais revistavam fãs. Conforme consta em nota da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, os agentes abordavam as pessoas que pareciam estar fumando maconha na plateia.
De cima do palco, Rita interrompeu o show e demonstrou insatisfação com a abordagem dos policiais. “Olha, se a polícia bater, eu vou falar para o Brasil inteiro, denuncio e processo. Isso é força brutal. Vocês não têm o direito de usar a força na ‘meninada’ que não está fazendo nada. Cadê o responsável? Eu quero falar, tenho o direito. Esse show é meu, não é de vocês. Esse show é minha despedida do palco e vocês continuam tendo que guardar as pessoas, não agredir. Seus cachorros, cafajestes. Vocês estão fazendo de propósito. Eu sou do tempo da ditadura. Vocês pensam que eu tenho medo?”, disparou.
As falas da cantora geraram comoção por parte da platéia, que começou a reagir à revista policial. Por um tempo, teve uma bagunça generalizada, mas logo normalizou. Ao final do show, a cantora foi encaminhada à delegacia da região e foi enquadrada no crime de “desacato e apologia ao crime ou ao criminoso”.
No Twitter, Rita Lee deu seu lado da situação, mantendo a ideia de que a polícia estava errada. “Polícia dando trabalho para mim. Quer me prender. Embasamento legal não há. Não retiro uma palavra do que disse, o show era meu!”, publicou.
Em abril de 2013, Rita foi condenada a pagar R$ 5 mil por danos morais causados a dois policiais envolvidos na confusão.