De acordo com o portal LeoDias, o cenário musical brasileiro foi surpreendido por um desentendimento entre os irmãos Emicida e Evandro Fióti, fundadores do Laboratório Fantasma. O rompimento, anunciado no final de 2024, vem ganhando novos desdobramentos, agora com um embate judicial.
A principal questão em disputa envolve a administração da empresa, com acusações de afastamento unilateral e divergências sobre participação societária.
Em manifestação judicial, Emicida declarou que Fióti teria reduzido significativamente seu tempo de trabalho na empresa nos últimos meses antes de sua saída.
Segundo documentos apresentados pela defesa do rapper, seu irmão teria passado a dedicar apenas duas horas diárias ao Laboratório Fantasma a partir de fevereiro de 2025, sem um acordo prévio sobre essa mudança. A decisão teria sido tomada de forma unilateral, o que contribuiu para o agravamento da crise interna.
A situação foi registrada em ata de uma reunião interna da empresa, realizada em 27 de janeiro de 2025. No documento, há a informação de que Evandro teria uma disponibilidade limitada para questões administrativas e que sua jornada seria ajustada para atender outros compromissos externos. Emicida esteve presente nesse encontro, conforme consta na ata.
Emicida e Fióti: O embate na Justiça
A relação profissional entre os irmãos, que durou mais de 16 anos, chegou ao fim oficialmente em novembro de 2024, quando Emicida solicitou o desligamento de Fióti do quadro societário do Laboratório Fantasma. Um acordo foi assinado em dezembro, estabelecendo diretrizes para a saída do ex-sócio. Entretanto, segundo a defesa de Evandro, esse acordo não teria sido cumprido integralmente pelo rapper, levando ao conflito judicial.
Nos autos do processo, que tramita sob segredo de Justiça, Fióti pede o bloqueio das contas da empresa e solicita que Emicida seja impedido de se apresentar como o único proprietário do Laboratório Fantasma. Ele também argumenta que sua participação nas decisões administrativas foi reduzida sem consenso e que há pendências financeiras a serem resolvidas.
Por sua vez, Emicida alega que desde o início sempre deteve 90% da sociedade, enquanto Fióti possuía apenas 10%. O rapper reforça que sua intenção foi estruturar a transição de forma ordenada, mas que o afastamento parcial do irmão e as exigências feitas posteriormente complicaram o processo.
Até o momento, Emicida se pronunciou apenas por meio de sua defesa, sem um comunicado oficial sobre o caso. Fióti também não comentou publicamente sobre o assunto. O processo segue em andamento na Justiça de São Paulo, aguardando novos desdobramentos.
A história dos irmãos é marcada por uma parceria bem-sucedida na música e no empresariado, transformando o Laboratório Fantasma em uma das principais plataformas de cultura independente do Brasil. Agora, a marca passa por um momento delicado, e a resolução desse impasse definirá o futuro da empresa e a relação entre os fundadores.