O verão de 2015 já tem um de seus ritmos mais expressivos definido: o arrocha. Mas não é só uma vertente, porque o que não falta por aí são músicos reinventando o gênero, derivado da seresta e hoje uma das promessas do Carnaval.
Entre as várias “intenções” por trás de cada estilo se destacam duas bem distintas e igualmente populares. A chamada “sofrência” é a especialidade do baiano Pablo, um dos fenômenos do estilo, que dedica sua carreira a cantar sobre decepções amorosas, traições e amores perdidos. Ele, que já gravou com um DVD com participações de Cláudia Leitte e Daniela Mercury, mostrou a que veio em 2014, quando embalou o Carnaval de Salvador com suas letras românticas, e se apresenta como o criador do arrocha.
“Criei o gênero há 15 anos, quando eu falava arrocha para os casais dançarem agarradinho na antiga seresta. É um ritmo genuinamente baiano, da cidade de Candeias”, conta.
No entanto, em contrapartida à linha romântica, um outro tipo de arrocha invadiu a música popular recentemente, um gênero que substitui o sofrimento das letras de Pablo pela ostentação de noitadas regadas a bebidas no camarote e roupas de grife.
Sem tecer críticas diretas à nova onda, mas enfatizando a sua opção de manter as letras românticas como tradição no arrocha “tradicional”, Pablo reflete sobre o que pode estar por trás da longevidade de sua carreira. “A sofrência é uma expressão do povo. Muito divertida, por sinal! Eu não falo e nem me envolvo com ostentação, falo do amor e como ele é vivido e sentido. Talvez por isso as pessoas se identifiquem tanto.”
Estrela do “arrocha ostentação”, o cantor Neto LX começou sua carreira aos 17 anos, por influência da mãe. Nascido em Ilhéus, ele passou por diversas bandas de arrochadeira, uma mistura de arrocha com swingueira da Bahia, até alcançar o sucesso ao lado da Banda Luxúria. Em carreira solo há apenas seis meses, ele percorre o Brasil inteiro cantando músicas como Gordinho Gostoso, seu maior hit, e está com a agenda cheia para o Carnaval.
Assim como acontece no rap e hip hop americanos e do funk da baixada santista, Neto gosta de cantar sobre o luxo. “Gosto de carros, compro produtos originais de marcas top”, orgulha-se. “Sou um gordinho, sou gostoso, sou o rei do paredão. Boto um boné da John John, copo de whisky na mão. Invejoso passa mal, porque minha vida é assim. Não frequento academia, mas as novinha pira em mim”, diz a letra de Gordinho Gostoso, a mais pedida nos shows, produzidos com um grande aparato tecnológico.
Na mesma vertente, Gilmar Caliman não dormiu no ponto e embarcou no gênero assim que teve a chance. Dono da dançante Rei do Camarote, ele ainda torce para que sua música chegue a São Paulo e Rio de Janeiro, mas por enquanto dedica sua agenda a estados como Bahia, Rondônia, Espírito Santo e Maranhão. Para Gilmar, que tem participado de festivais com artistas como Psirico e Farra de Rico, o momento é de aproveitar o verão para emplacar o hit e expandir sua carreira com a ajuda da internet. Sobre o Carnaval, ele se mostra otimista: “As pessoas dão mais espaço para músicas novas.”
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