Kanye West é processado por ex-funcionário por discriminação e assédio

O rapper foi acusado de propagar antissemitismo, demissão ilegal, assédio trabalhista, entre outros

15 nov 2024 - 11h44
Foto: Divulgação/Good Music / Pipoca Moderna

Acumulou denúncias

Murphy Aficionado, um ex-funcionário de Kanye West, apresentou 12 queixas-crime contra o rapper e suas empresas, Yeezy LCC e Donda Academy, incluindo discriminação, assédio e retaliação. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (15/11) pela revista People.

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Aficionado foi gerente de projetos por nove meses da Yeezy, um período suficiente para descobrir "quase imediatamente" os atos antissemitas de West. Ele afirmou que o rapper logo começou a expressar "seu orgulhoso preconceito e antissemitismo bem conhecidos" e "pregou esse dogma quase diariamente".

O ex-funcionário ainda descreveu que West "frequentemente fazia comentários depreciativos sobre os judeus, [como] 'Os judeus estão atrás de mim. Eles congelaram minha conta bancária. Os judeus pegaram Kim [Kardashian] e meus filhos'". O rapper também teria disparado frases como "os judeus convenceram Kim. Ela tem mestres judeus".

Em outro momento, West ainda teria feito comentários discriminatórios sobre a ascendência filipina de Aficionado, e supostamente dito para remover suas tatuagens tradicionais "feias" e "Batok", um termo referente à prática de tatuagem indígena filipina que utiliza instrumentos de osso ou madeira.

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Assédio gravíssimo

Murphy Aficionado também relatou que, em novembro de 2022, foi "convocado" para uma suposta "reunião de trabalho" no quarto de West no Beverly Hills Waldorf Astoria. Ao chegar no local, "ficou imediatamente óbvio que [Bianca] Censori e Ye estavam fazendo sexo". O rapper supostamente "ordenou" que ele entrasse e sentasse no quarto do hotel.

Censori teria fechado a porta do quarto adjacente, porém "Ye reabriu a porta fechada expondo completamente os seios nus" da modelo. Na sequência, West teria "perguntado a Aficionado o que ele achava do advogado de Candace Owens, que tinha acabado de sair, e acrescentou: 'Acho que ele é um espião judeu'".

O ex-funcionário afirmou que, "de repente e sem aviso, no meio da conversa, Ye correu em direção ao quarto em que Censori estava" e, quando ele tentou sair do local, "Ye ordenou: 'Espere aqui. Ñão saia'". Novamente, West se dirigiu ao quarto adjacente e, supostamente, teve relações íntimas com a modelo.

Minutos depois, West voltou ao quarto com Aficionado vestindo uma camiseta com uma suástica. "'Você não gosta da minha camiseta?'", teria dito o ex-marido de Kim Kardashian. O ex-funcionário se sentiu intimidado e preocupado com a possibilidade de perder o emprego. "É definitivamente única", respondeu.

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"Então, aleatoriamente e sem solicitação, Ye se sentou com Aficionado, mostrando-lhe fotos nuas de sua ex-esposa Kim Kardashian em seu telefone", descreve um trecho da queixa-crime. Na mesma semana, o ex-funcionário recebeu um pedido para retornar ao quarto de West.

Desta vez, Aficionado se deparou com West e "um famoso jogador da NFL" somente de toalhas aguardando massagens. Ele se ofereceu para sair do local, mas novamente West "ordenou" que ele esperasse no quarto do hotel. A queixa diz que o rapper "fez sexo" com sua massagista.

"Aficionado fez o possível para se concentrar na discussão de trabalho com Ye, mas permaneceu extremamente desconfortável, especialmente enquanto o jogador da NFL podia ser ouvido ao fundo", descreve o processo.

Processo trabalhista

Em fevereiro de 2023, Murphy Aficionado teria sido instruído por Kanye West para "realocar a escola Donda Academy", que ainda precisava de licenças de construção necessárias. O artista "ficou irado e gritou que não aceitaria esperar ou usar licenças".

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Curiosamente, um representante da Donda afirmou em julho que a escola "não estaria mais em operação". Pouco depois, Aficionado teve suas atribuições da Yeezy "revogadas" e descobriu que "não era mais bem-vindo nos escritórios" de Ye.

Aficionado alegou ter sofrido "demissão ilegal" e não ter recebido compensações pelo período trabalhado. Na denúncia, ele descreveu que iniciou as atividades em outubro de 2022, com uma carga horária de 50 a 70 horas semanais e "em várias ocasiões até dormiu no escritório".

Além disso, o processo alega que "os réus violaram essas leis ao não fornecerem o último contracheque do autor prontamente e ao não pagarem multas, incluindo salários adicionais, juros e taxas". Ele diz que sofreu danos econômicos, não econômicos, punitivos, além de malicia, opressão, fraude e esgotamento de recursos, motivando um pedido de pagamento dos honorários advocatícios.

Pipoca Moderna
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