Se estivesse vivo, Elvis Presley, o eterno Rei do Rock, completaria 90 anos nesta quarta-feira (8).
Em homenagem à data, memórias reveladoras sobre sua relação com a única filha, Lisa Marie Presley, ganharam destaque graças ao livro "Rumo ao Grande Mistério: Memórias", lançado em outubro de 2024. Coautora ao lado de sua filha Riley Keough, Lisa Marie trouxe um relato profundo e emocionante sobre sua convivência com o pai, oferecendo uma perspectiva íntima sobre o homem por trás do ícone.
No livro, Lisa Marie relembra momentos marcantes de sua infância em Graceland, a icônica mansão da família em Memphis, Tennessee. Para ela, Elvis era mais do que uma figura paterna; ele era quase divino. "Eu achava que meu pai podia mudar o clima. Para mim, ele era um deus", descreve no primeiro capítulo.
Lisa conta que fazia de tudo para agradar e divertir o pai, destacando o vínculo profundo entre os dois. "Se eu descobrisse que algo o fazia rir, repetiria aquilo à exaustão, apenas para vê-lo feliz", recorda. Apesar de estar cercado por uma intensa agenda e a pressão da fama, Elvis se mostrava um pai dedicado.
No entanto, a admiração era acompanhada de uma dose de receio. Lisa confessa que tinha medo de desapontar o pai, especialmente diante de sua intensidade. "Se ele ficava zangado comigo, parecia o fim do mundo. Eu levava tudo para o lado pessoal e ficava completamente destruída. Queria a aprovação dele em tudo", admite.
O livro também apresenta momentos que destacam o cuidado protetor de Elvis. Em um episódio, Lisa relembra um acidente em que se queimou ao cair de uma moto e tentou esconder o fato do pai. Quando ele descobriu, a repreendeu. "Ele não queria me controlar, apenas não suportava a ideia de me ver machucada", explica.
Um dos momentos mais ternos retratados no livro aconteceu logo após o incidente. Lisa recorda que, ao acordar no meio da noite, viu Elvis ao lado de sua cama, segurando um filhote de basset. Ele começou a cantar "Can't Help Falling in Love" para ela, dublando o cachorrinho, e encerrou com um abraço seguido de um pedido de desculpas.
O livro também aborda o impacto da morte de Elvis, quando Lisa tinha apenas nove anos. Ela descreve a dor avassaladora de perder o pai e os eventos perturbadores que ocorreram logo após sua partida, como o roubo de objetos pessoais do cantor. Durante o velório, aberto ao público, Lisa recorda ter encontrado conforto momentâneo ao tê-lo novamente em casa, mesmo que por pouco tempo.
Lisa Presley: Reflexões sobre a perda e o legado de Elvis
Lisa Marie também compartilha como a morte do pai continuou a afetá-la ao longo dos anos.
"Em algumas noites, já adulta, eu me embriagava e ouvia suas músicas, chorando sozinha. A tristeza nunca desaparece completamente", confessa.
Elvis Presley faleceu aos 42 anos, vítima de um ataque cardíaco em Graceland, deixando um legado que atravessa gerações. Lisa Marie, que faleceu em 2023 aos 54 anos, narrou em suas memórias a complexidade de crescer como filha de uma lenda, ao mesmo tempo em que revelou o lado mais humano e carinhoso de um dos maiores ícones da música mundial.
Djenifer Henz - Supervisionada por Marcelo de Assis