Com trajetória marcada pela determinação, Lucia Helena Bortolozzo (59) se consolidou como uma das principais vozes femininas do agronegócio. Casada com o agrônomo e produtor rural Amilton Bortolozzo (59) e mãe de Gabriela (30) e Alexandre (27), ela revela que seu começo de vida no campo, no interior do Piauí, foi repleto de desafios.
Ex-atleta de vôlei e pedagoga, ela deixou a rotina em Araraquara, no interior do estado de São Paulo, para buscar novas oportunidades em Uruçuí, no sul do Piauí. A mudança foi o ponto de partida para a fundação da Central Agrícola Nova Era Ltda., a CANEL, uma empresa familiar voltada para a produção, industrialização e comercialização de grãos como soja, milho, algodão e eucalipto, sempre com foco em sustentabilidade, ética e desenvolvimento regional.
"Eu sempre fui urbana, não tinha nada a ver com agro. Meu sogro almejava e procurava novas fronteiras, novas terras, em uma época em que o Brasil já estava crescendo. Infelizmente, ele faleceu em um acidente aéreo e os filhos ficaram responsáveis. Meu noivo, na época, foi conhecer e ficou encantado com a região. Casei dia 6 de março de 1992. Três dias depois, eu estava no Piauí pela primeira vez", relembra a produtora rural.
À frente do departamento pessoal e responsabilidade social da empresa, Lucia ainda é coordenadora do Comitê das Mulheres da Rural, vice-presidente da Comissão das Mulheres do Agro do estado do Piauí e também integra o comitê editorial do programa A Protagonista, do Canal Rural, onde contribui para dar visibilidade às mulheres do campo.
"O agro gera muitas oportunidades para as mulheres. E essas oportunidades são importantes também para o avanço pessoal de cada uma. Precisamos entrar em setores como o agro e dar nossa contribuição. Assim, as outras que virão não terão dificuldades", avalia a empresária.
Guiada pela convicção de que "Juntas somos mais fortes, pois nada fazemos sozinhas", Lucia continua inspirando mulheres a ocuparem espaços de protagonismo e liderança, mostrando que o agronegócio brasileiro é feito com coragem, inovação e propósito. "É importante termos esse fortalecimento em grupos como o Comitê, assim, nós, mulheres, estaremos cada vez mais unidas", fala ela, dando exemplo de empoderamento.