A cantora Marilene Galvão, da dupla sertaneja "As Galvão", morreu na tarde desta quarta-feira, 24, em Paraguaçu Paulista (SP), aos 80 anos.
Marilene, que sofria de Alzheimer, deixou de cantar e tocar viola ao lado da irmã depois de mais de 70 anos de carreira.
A informação foi confirmada pelo fã clube da dupla. O velório e o sepultamento da artista serão realizados nesta quinta-feira, 25, em Paraguaçu Paulista. A causa da morte dela não foi divulgada.
Carreira
A dupla, que surgiu em 1947, se consagrou como pioneira no universo da música caipira, sendo as duas primeiras mulheres do cenário sertanejo, então dominado pelo elenco masculino.
Ao longo da carreira, a dupla lançou 80 discos e gravou 300 músicas. A carreira começou na Rádio Club Marconi, de Paraguaçu Paulista, em 1947, por incentivo dos pais das irmãs.
De rádio em rádio pelo interior paulista, as irmãs acabaram contratadas pela RCA Victor, gravadora na qual debutaram em 1955, ano em que as Galvão registraram, em disco de 78 rotações por minuto, as músicas Carinha de Anjo (Paschoal Yanuzzi e Fábio Mirhib) e Rincão Guarani (Maurício Cardozo Ocampo, Diogo Mulero Palmeira e Centorion).
Essa trajetória pioneira foi celebrada em 2017, ano em que as Galvão festejaram sete décadas de carreira, com a edição do DVD "Soberanas – 70 anos ao vivo" e com o documentário "Eu e minha irmã – A trajetória das Irmãs Galvão", dirigido por Thiago Rosente.
O fim da dupla foi anunciada por Mary Galvão em entrevista a André Piunti, publicada no YouTube em 19 de junho de 2021. O motivo do término era o avanço do Alzheimer que obrigou Marilene a se retirar de cena pela perda total de memória.