Cria de Guaianases, Zona Leste de São Paulo, MC Kekel começou no funk com 16 anos cantando mandelão (gênero derivado do eletrofunky e do funk ousadia) e estourou em 2016 com o seu primeiro hit, Quer Andar de Meiota?. Em entrevista à Contigo!, o artista revela que nessa época ainda trabalhava como porteiro para poder se sustentar.
"A minha vida foi uma das maiores experiências. Através de um amigo, virei porteiro, morava em um bom lugar com a minha irmã. Eu tenho um irmão caçula de 11 anos. O que me colocou na música foi a perda da minha mãe. Minha família já tinha um grupo de rap e tal. Tudo era uma brincadeira. Só que depois que perdi minha mãe, acho que usei aquela brincadeira como refúgio e acabou virando o meu trabalho", conta Kekel.
O MC, que já compôs várias músicas, conta de onde tira tanta inspiração. "A maioria das minhas composições foi inspirada na minha vida e a da de alguém próximo. Escrever aquilo que você vive é fácil; ou aquilo que você assistiu, aquilo que você quer ser. Composição é sentimento. Sempre coloquei isso no papel", destaca.
Com a perda da mãe, ainda muito jovem, Kekel ficou com os irmãos e o tio. Nesse período, ele ainda morava em Guaianases, e conta o que o motivou a continuar na região. "E ainda moro (...). Foi a minha família, o pouco que sobrou (dela). O que me prendia lá era a minha família por parte de mãe. Hoje, tenho o meu tio e a esposa dele (...) Meus irmãos, tenho um convívio saudável. Hoje, quero mais curtir com minha família, minhas filhas, meus irmãos e alguns parentes", fala o artista.
Em seguida, o cantor relembra quando estourou na música, em 2016. "Eu ainda era porteiro. Eu tinha pintado cabelo só de um lado de loiro. Aí, estava dentro do trem, e todo mundo me olhando, tipo 'acho que é o Kekel'. Muitas pessoas acharam que quando a música estourou, eu já tinha ganhado dinheiro. Nada! Fiz duas semanas de música estourada e os outros acharam que eu estava ganhando dinheiro, não estava ganhando nada. Então, eu ia trabalhar. Só vi que a chave virou quando a moradora pediu para tirar foto comigo. Aí, foi um dos motivos de pedir as contas em serviço", relata.
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