É normal que artistas de sucesso, ao serem entrevistados, garantam não ter arrependimento algum em suas carreiras. Não é o caso de M. Shawn "Clown" Crahan: o percussionista e líder conceitualista do Slipknot se mostrou sincero em relação a mágoas passadas.
Em entrevista à Kerrang! sobre os 25 anos do álbum de estreia da banda, o músico apontou que seu único remorso ligado ao grupo tem a ver com os ex-integrantes. Ele aponta que gostaria de ter passado mais tempo com o baixista Paul Gray, o baterista Joey Jordison, o também percussionista Chris Fehn e o tecladista Craig Jones.
Os dois primeiros já nos deixaram. Gray morreu em maio de 2010, aos 38 anos, em decorrência de uma overdose de morfina e fentanil. Jordison faleceu em julho de 2021, aos 46 anos — a causa não foi informada. O baixista ainda integrava o grupo quando partiu, enquanto o baterista já não era membro desde 2013, quando, a depender da versão, "saiu" ou "foi demitido". Já os outros dois seguem entre nós, mas romperam em 2019 (Fehn) e 2023 (Jones).
Clown diz:
"Não sei como posso falar sobre 25 anos daquele primeiro álbum sem mencionar Joey e Paul, ou mesmo Chris e Craig. A tristeza é grande. Eu realmente não tenho arrependimentos além de não ter passado mais tempo com esses caras."
Por outro lado, o percussionista reconhece que não seria capaz de prever, ainda em 1999, como seria o futuro: dos bons aos maus momentos. Ele pontua:
"Você não começa uma banda olhando para seu irmão e pensando: 'cara, você vai ser o melhor baterista de todos os tempos!'. É mais tipo: 'cara, acorda, temos um evento em uma loja hoje!'. Você está perseguindo um sonho, então vivendo o sonho, então de repente alguém se foi e é tipo: 'que droga'. É a vida."
Joey Jordison e Paul Gray relembrados
Ainda durante a entrevista, Clown reforçou que o ano de 2024 — durante o qual o Slipknot fez turnê celebrando o mencionado 25º aniversário do álbum de estreia — ficou marcado pelas constantes lembranças de Paul Gray e Joey Jordison. Ele refletiu:
"Joey e Paul aparecem todas as noites ultimamente, na minha energia pelo menos, e eu simplesmente entro em um buraco de minhoca de pensamentos. É uma reminiscência completamente espiritual e é maravilhoso. Eu passo muito tempo pensando: 'obrigado!'."
Apesar disso, o show tem que continuar. Mesmo com as perdas, o Slipknot seguiu em frente — e agora conta até mesmo com um brasileiro, Eloy Casagrande, na bateria. A respeito da nova fase, Crahan afirma:
"Nosso legado é que ainda estamos aqui. Não estamos falando sobre uma banda encerrada. Estou mais orgulhoso por ainda estarmos aqui. Ainda estamos fazendo isso. Ainda compomos. Ainda fazemos shows. Ainda prosperamos. Ainda estamos juntos. E vamos continuar até que isso acabe. Nunca houve nada como o Slipknot — nem antes e certamente não depois."
Slipknot em 2025
Com sua turnê comemorativa, o Slipknot realizou mais de 40 shows ao longo de 2024, com passagens pela Europa e Américas do Norte e do Sul. O itinerário contou com duas apresentações no festival Knotfest Brasil, realizado nos dias 19 e 20 de outubro no Allianz Parque, em São Paulo.
A agenda de 2025 conta com apresentações na Oceania (entre fevereiro e março) e Europa (junho). Em entrevistas, os músicos também têm dito que estão compondo e gravando material inédito, sendo as primeiras sessões com Eloy Casagrande. Ainda não há previsão de lançamento.
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