O Black Sabbath está no Brasil. Mas o assunto ainda é a Argentina, mais especificamente La Plata, município onde o lendário grupo britânico se apresentou no último domingo, e apesar de levar os fãs à loucura, acabou recebendo vaias por abraçar, justamente, uma bandeira brasileira. "Foi um erro mundial", confessou o vocalista Ozzy Osbourne, que abraçou a flâmula nacional arremessada por um fã na área vip da apresentação durante a execução de Dirty Women.
"Alguém jogou uma bandeira do Peru", tentou despistar o baixista Geezer Butler. "Eu não lembro de ver uma bandeira brasileira", completou. Mas Ozzy estava abraçado de verde, amarelo, azul e branco e, e como publicou o diário Clarín, de maior circulação entre "los hermanos", este acabou sendo único momento em que houve vaias" e se também "se vê que, como a turnê segue para o Brasil, o homem se confundiu".
"Isso não é importante, nossa música não tem barreiras", explicou ainda Ozzy, na coletiva de imprensa, num hotel na zona sul do Rio de Janeiro, para o lançamento da turnê The Reunion Tour, que passará por Porto Alegre (09/10), São Paulo (11/10, Rio (13/10) e Belo Horizonte (15/10).
Paletó verde, unhas pintadas em tom escuro e o velho óculos com sombrias lentes arredondadas de um lado, camisa e calça preta de outro. Ozzy Osbourne e Geezer Butler, vocalista e baixista, respectivamente, da lendária banda britânica Black Sabbath ainda transmitem aos amplificadores a mesma fúria de quarenta anos atrás, num cenário de trevas regado à drogas, sexo e rock 'n roll.
Por mais, no entanto, que a entrevista coletiva para o início da turnê brasileira seja a meia luz, no melhor estilo dark do grupo inglês, algo mudou na rotina dos hoje sessentões do heavy metal. "Quarenta anos atrás éramos muito mais novos, e vivíamos o estilo de sexo, drogas e rock n' roll. Agora é só a base de café, e chá. E voltar rapidamente para o quarto do hotel depois do show", confessou Geezer Butler, em evento num hotel na zona sul do Rio de Janeiro. "Não usamos mais tantas drogas hoje, isso faz diferença", completou Ozzy.
Todo cuidado é pouco hoje para os integrantes do Black Sabbath. Tony Iommi, por exemplo, participaria da entrevista coletiva, mas, cansado, preferiu descansar no quarto do hotel, uma vez que há um ano se trata de um linfoma - segundo os médicos que tratam o guitarrista, ele nunca mais ficará 100% livre do câncer.
"Não posso fazer nenhum promessa, estamos todos dependendo da saúde do Tony", disse Ozzy ao ser questionado se a banda inglesa já planeja outras turnês e a gravação de outras álbuns originais no embalo do sucesso conquistado com 13, disco que conquistou o primeiro lugar nas paradas de nada mais, nada menos, do que 51 países.
O Black Sabbath está no Brasil pela primeira vez com sua formação (quase) original. Tony Iommi e seus poderosos rifes seguem firmes na guitarra, assim como Geezer Butler no baixo e a voz inconfundível de Ozzy Osbourne. Faltou apenas baterista Bill Ward, que não aceitou participar da The Reunion Tour e foi substituído por Tommy Clufetos desde agosto.
"É uma pena o Bill não estar com a gente, mas nós fazemos o que temos que fazer. Estamos felizes com a formação e não vejo como o sucesso não ser diferente", afirmou Ozzy, que vai liderar a apresentação curta e intensa que já passou por Chile e Argentina e tem aproximadamente 1h30 de duração - veja o provável setlist abaixo. "A recepção tem sido ótima", revelou ainda o vocalista.
"Temos que tocar os clássicos", explicou Butler ao ser indagado sobre o fato de os ingleses não terem alterado praticamente o repertório das apresentações que tiveram início na Austrália. "Não podemos deixar de fora War Pigs, Iron Man, e Paranoid, por exemplo, mas depois de muitos anos temos músicas novas", completou sobre o fato de poder executar quatro canções de 13 na The Reunion Tour. "É algo que não fazíamos há 35, 40 anos".
Algo que não faziam há quarenta anos, sem mudar, porém, o estilo cru marcante de álbuns históricos como "Black Sabbath", "Paranoid", "Master of Reality" e Black Sabbath Vol 4", discos estes, aliás, que são a base dos clássicos tocados nas mais recentes apresentações. "Fizemos exatamente como no passado, sem usar muita tecnologia", explicou Butler.
Da apresentação do grupo, ausência apenas para canções de "Sabbath Bloddy Sabbath", álbum igualmente histórico que completa 40 anos do lançamento em 2013. "Passou tanto tempo assim, nem reparei", brincou o baixista. "Eu nem lembro, estava muito doidão naquela época", disse Ozzy, completando a risada coletiva no evento.
Falando nas quatro décadas que se passaram, para finalizar, ambos responderam sobre como imaginam o cenário musical daqui, a exatos, quarenta anos. "Eu vou estar morto de qualquer forma", arrancou ainda mais risos o super bem humorado Geezer Butler. "O mais importante é que as pessoas continuam ouvindo nossa música. Nos perguntaram sobre se nosso estilo está morto, mas continuamos tocando. Se nosso álbum está no topo das paradas, acho que isso responde a pergunta", finalizou Ozzy.
Veja o provável setlist no Brasil:
1. "War Pigs"
2. "Into the Void"
3. "Under the Sun/ Every Day Comes and Goes"
4. "Snowblind"
5. "Age of Reason"
6. "Black Sabbath"
7. "Behind the Wall of Sleep"
8. "N.I.B."
9. "End of the Beginning"
10. "Fairies Wear Boots"
11. "Rat Salad"
12. "Iron Man"
13. "God Is Dead?"
14. "Dirty Women"
15. "Children of the Grave"
BIS
16. "Paranoid"
PORTO ALEGRE (RS)
Quando: 9 de outubro de 2013, às 20h
Onde: Estacionamento da FIERGS - Av. Assis Brasil, 8787 - Bairro Sarandi
Quanto:
Pista lote 1 – R$ 180 (inteira), R$ 144 (estudante) e R$ 90 (idoso)
Pista lote 2 - R$ 200 (inteira), R$ 160 (estudante) e R$ 100 (idoso)
Pista lote 3 - R$ 220 (inteira), R$ 176 (estudante) e R$ 110 (idoso)
Pista premium - R$ 500 (inteira), R$ 400 (estudante) e R$ 250 (idoso)
SÃO PAULO (SP)
Quando: 11 de outubro de 2013, às 19h
Onde: Campo de Marte - Av. Santos Dumont, 2.241 – Santana
RIO DE JANEIRO (RJ)
Quando: 13 de outubro de 2013, às 18h
Onde: Praça da Apoteose - Passarela do Samba Prof. Darcy Ribeiro – Sambódromo
Quanto: Pista/arquibancada: R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia)
Pista Premium: R$ 600 (inteira) e R$ 300 (meia)