Vários personagens que conheceram o Metallica logo no início de sua trajetória, ao longo da década de 1980, costumam garantir que a banda era realmente diferenciada. Pertence a essa lista o fotógrafo Ross Halfin, que por décadas trabalhou com os músicos.
O período foi relembrado pelo profissional em entrevista de 2021 à CNN (via site Igor Miranda) para divulgar um livro sobre o grupo (Metallica: The Black Album in Black & White). Halfin citou, em especial, uma turnê conjunta feita em 1988 com bandas mais populares e experientes.
O grupo de James Hetfield (voz e guitarra) e Lars Ulrich (bateria), completo por Kirk Hammett (guitarra) e na época Jason Newsted (baixo), era a atração de abertura. Mesmo assim, eles chamavam muita atenção. O fotógrafo pontua:
"Eles estavam nessa turnê chamada Monsters of Rock em 1988 com Van Halen, Scorpions, Dokken… o Metallica estava bem abaixo [no lineup]. Comecei a notar — principalmente no Giants Stadium em Nova York e no LA Coliseum — que depois que a banda tocou, metade do público estava começando a sair. Percebi que eles significam mais do que você imagina."
Na sequência, o fotógrafo destacou o grande diferencial dos amigos desde os tempos iniciais, quando o Cliff Burton — falecido em 1986 — ainda ocupava a vaga posteriormente assumida por Newsted. Para ele, o quarteto ostentava uma imagem quase punk, servindo como contraponto para os excessos típicos da década de 1980. Isso servia de destaque.
"A garotada se identificava muito com eles no sentido de que se pareciam com as crianças da rua. Eles pareciam caras que tocam em uma garagem. Hoje certamente eles não são assim, mas no período do Black Album [1991], eles eram aqueles garotos cabeludos que apenas tocavam. Esse era o apelo do Metallica: você poderia fazer isso. E os garotos se identificavam com eles nesse sentido."
Metallica ainda é diferenciado para Ross Halfin
Ainda hoje, o Metallica — que agora tem Robert Trujillo no baixo, mas segue com os outros três integrantes — traz uma energia diferente em seus shows. É o que aponta Ross Halfin.
"Eles são uma daquelas bandas que quando você os vê, quer os conheça ou não, fica surpreso com o poder deles. Existem pouquíssimas bandas com esse poder que eles têm. Eles envolvem o público. Quando você entra no show deles, você se torna parte deles. Dá para sentir a eletricidade no ar com eles. Comecei a notar isso no início dos anos 90, mas é muito evidente nos dias de hoje."
O Metallica seguirá em 2025 com a turnê M72, promovendo o álbum 72 Seasons (2023). A agenda oficial tem apresentações confirmadas na América do Norte (entre abril e junho) e Oceania (novembro).
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