Rita Lee não viveu o suficiente para ver lançada a segunda parte de sua autobiografia, agora em maio. Mas no primeiro volume, previu de maneira bem-humorada como seria a notícia de seu falecimento, que aconteceu neste 9 de maio. Finalizou com sugestão de epitáfio.
“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da músicaq, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: "Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk". Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you, Lord, finally sedated’.
Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”
