Black Eyed Peas: de volta às origens e shows no Rock in Rio

Em novo álbum com tom de crítica social, Black Eyed Peas se prepara para duas apresentações no Brasil e se declaram fãs de Anitta

26 set 2019 - 09h00

O novo disco do Black Eyed Peas, “Masters of the Sun Vol. 1” (2018) é o primeiro em 16 anos sem a presença de Fergie, vocalista que fez grande fama com o grupo, cantando hits como “Pump It”, “My Humps” e “Where is The Love?”. É também um disco politizado, ou como esclarecem os integrantes Taboo e Apl.De.Ap, “social”. “Nós não gostamos de chamar isso de ‘político’, e sim ‘social’. Nós não somos políticos, não gostamos de política. Mas somos narradores do que está acontecendo no mundo, em nosso país, na sociedade.” 

Em nova fase, o Black Eyed Peas se prepara para apresentações no Brasil.
Em nova fase, o Black Eyed Peas se prepara para apresentações no Brasil.
Foto: James Hickey

Em conversa com o Terra, Apl.De.Ap e Taboo discutem a nova fase da banda, a crítica social nas letras e os shows que farão no Brasil.

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Vocês recentemente lançaram “Master of the Sun Vol.1”, que foi percebido por muitos como um retorno às suas raízes no Hip-Hop. Isso é algo que vocês estavam com vontade de fazer há algum tempo?

Sim, estamos comemorando 20 anos de carreira e queríamos revisitar o tipo de música que nos trouxe onde estamos hoje. Foi um esforço consciente para voltar a esse som, e também para mostrar às pessoas que não sabem que nós temos dois álbuns antes de “Elephunk” (2003) como era o som nos primeiros dois álbuns como um trio. Então, na verdade, esse é nosso terceiro álbum como um trio. 

E este álbum em particular passa uma ideia de ser politizado, no qual vocês abordam temas como violência com armas, brutalidade policial e relações raciais. Isto é um reflexo dos tempos em que vivemos?

Nós não gostamos de chamar isso de “político”, e sim de “social”. Nós não somos políticos, não gostamos de política. Mas somos narradores do que está acontecendo no mundo, em nosso país, na sociedade. Fizemos “Where Is The Love?” na época do 11 de Setembro, então sempre fomos o tipo de grupo que aborda essas narrativas que evocam algum tipo de mensagem. Nós sabemos fazer músicas de festa, canções que te fazem sentir bem, mas também sabemos entregar uma mensagem quando essa precisa ser entregue. 

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Vocês doaram os lucros do single “Big Love” para os movimentos sociais “March Of Our Lives” (pró controle de armas) e “We Belong Together” (pró reforma de leis de imigração). Por que vocês decidiram fazer isso?

Nós queríamos usar nossa plataforma e nossa voz para chamar atenção para o que está acontecendo ao nosso redor. Nós temos que fazer isto e avisar às pessoas o que está acontecendo, porque estamos sendo infestados por mídias sociais, tiroteios em escolas e ninguém realmente quer falar sobre isso. É um tópico difícil de abordar. Quando fizemos o último álbum, quisemos fazer música para nossas almas e nossa moral, então quisemos abordar esses assuntos. Este não é um álbum para a rádio ou paradas de sucesso. Nós fizemos algo que é mais uma obra de arte da qual estamos orgulhosos. 

Vocês estão prestes a vir ao Brasil para apresentações em São Paulo e no Rock in Rio. Vocês têm algumas influências brasileiras no som de vocês? Escutam artistas brasileiros?

Claro! Nós amamos Sérgio Mendes, clássicos como Jorge Ben Jor. Muito do nosso primeiro álbum, “Behind The Front”, usamos muito desses samples de bossa nova. Somos muito inspirados por essa era, e também jazz e hip-hop. E também amamos artistas novos como Anitta, até mesmo tivemos a oportunidade de trabalhar com ela para nosso novo álbum, um novo projeto que vai sair muito em breve. Amamos o Brasil não só pela música, como também pela cultura, a comida, o  povo, a dança, a capoeira, o jiu-jitsu brasileiro… É um lugar que sempre ficamos felizes em voltar. 

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E o que o público pode esperar dos seus shows aqui no Brasil?

Muita energia e um repertório com todos os nossos hits. Terão algumas surpresas que não queremos revelar por agora. [Taboo:]E Apl.De.Ap fez algo incrível em descobrir uma cantora de muito talento nas Filipinas, enquanto trabalhou no “The Voice” de lá. [Apl.De.Ap:] Sim, nós descobrimos essa jovem super talentosa chamada Jessica Reynoso que vai cantar com a gente.

Os Black Eyed Peas se apresentam em São Paulo no Itaipava de Som a Sol no dia 4 de outubro e no Rock in Rio no dia 5.

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Fonte: Redação Terra
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