Ao analisar o álbum rosie de Rosé, integrante do BLACKPINK, o site Pitchfork reacendeu o debate sobre a falta de identidade no K-Pop.
Segundo a crítica, os ídolos do gênero são frequentemente moldados como "telas para ideias e temas maiores", o que compromete a singularidade e a conexão pessoal que o público poderia ter com eles.
Pitchfork destaca que o K-Pop se sustenta em um "projeto de fantasia", onde a construção de narrativas e conceitos grandiosos muitas vezes sobrepõe-se à expressão individual. "O custo dessa abordagem, muitas vezes, é a singularidade do ídolo — ou, pelo menos, a compreensão que o público tem dela", afirma o veículo.
Embora a personalidade dos artistas seja visível em outros formatos, como vlogs de bastidores, lives e redes sociais (quando permitido pelas agências), Pitchfork argumenta que essa autenticidade raramente transparece na música.
Apesar disso, o site reconhece que, no universo do K-Pop, a falta de singularidade musical raramente é motivo de controvérsia ou um fator que diminui o valor de entretenimento do gênero.
Rosé: Análise da carreira solo
O álbum rosie recebeu nota 5.5 (de 10) na resenha da Pitchfork, uma avaliação destoante das opiniões positivas de outros veículos, como Rolling Stone, NME e Clash Music.
Segundo a crítica, o projeto não conseguiu se destacar no cânone de álbuns sobre términos de relacionamento, mesmo com o apoio de uma grande gravadora, produtores renomados e a experiência de Rosé em oito anos de carreira no BLACKPINK.
"Mesmo com todo esse suporte, rosie não oferece nada revelador ou empolgante", pontua a Pitchfork, ressaltando que a ausência de identidade é mais evidente em projetos solo de ídolos do K-Pop. Enquanto em grupos, como o BLACKPINK, essa falta de individualidade pode ser menos notada, ela se torna uma questão central quando os artistas tentam se estabelecer como solistas.
A crítica de Pitchfork reflete uma percepção mais ampla sobre o desafio de equilibrar a estrutura rígida do K-Pop com a busca por autenticidade artística. Apesar das observações negativas, o álbum continua a ser bem recebido por grande parte da crítica e pelos fãs, consolidando o impacto de Rosé como uma das vozes mais proeminentes do K-Pop global.
Djenifer Henz - Supervisionada por Marcelo de Assis