'The Voice': 3ª temporada tem mais do mesmo e choro livre

Programa repete seu formato e a esperança de ter um talento duradouro na música é o mesmo: quase nulo

19 set 2014 - 13h04
(atualizado às 13h38)

Estreou nesta quinta-feira (18), na TV Globo, a terceira temporada do reality show musical The Voice . O programa, mais um na linha do Fama , Ídolos , Astros e afins, promete encontrar talentos Brasil afora e uma voz em especial, mesmo que ela desapareça do mapa com o fim das gravações. Você lembra dos vencedores dos programas anteriores? No ano passado escrevi um artigo - que você pode ler clicando aqui - falando exatamente sobre o quão perecível são os artistas que saem destes realities. O sentimento é o mesmo agora.

The Voice Brasil
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Foto: Renato Rocha Miranda/Divulgação / Divulgação

Transformista e eliminados do Ídolos conquistam técnicos no The Voice Brasil

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A impressão que temos é de que se juntam diversas vozes talentosas e profissionais para promover um desfile com data pra acabar. Ao fim do programa, todos são despejados de onde vieram. O vencedor desfruta de algum tempo de fama global, lança um disco, mas some novamente dos nossos ouvidos. Encontra-se uma grande voz, mas não encontramos as grandes músicas que tanto carecemos nesta época de "tchê tchererê". 

Sob comando de Tiago Leifert ao lado de Fernanda Souza - que mostrou mais carisma que suas antecessoras Daniele Suzuki e Miá Mello - a atração manteve o formato das edições anteriores com poucas novidades relevantes. O quarteto de jurados formado por Lulu Santos, Claudia Leitte, Daniel e Carlinhos Brown repetiu as interações entre si com momentos de “rivalidade” e piadas. Como todo drama é bem vindo para a audiência na TV, o choro também teve percentual importante no primeiro programa.

As primeiras lágrimas vieram com o próprio apresentador antes mesmo da atração completar seus primeiros dez minutos no ar. Dali em diante, a enxurrada de choro entre participantes e familiares correu livre. Entre os competidores apresentados na estreia, o perfil é mais ou menos igual o das edições anteriores: cantores da noite em busca de uma chance de brilhar e aspirantes dando seus primeiros passos na carreira.

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A primeira participação foi com Gabriel Silva, que cantou um clássico do blues, Hoochie Coochie Man . As quatro cadeiras viraram. Lulu Santos foi o escolhido.

Tiago Leifert despejou lágrimas antes do programa completar dez minutos no ar.

Anadark entrou na sequência com Tocando em Frente , de Almir Sater. Relutantes, os jurados ameaçaram apertar o botão, mas, aparentemente esperando um “algo mais” da cantora, não a escolheram. Claudia Leitte reclamou da canção ser "linear".

Estranho.

Mais linear do que a canção seguinte seria impossível: The Scientist, do Coldplay. Cantada pela escolhida Priscilla Brenner, agora do time da cantora de Bola de Sabão .

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Dali em diante as escolhas seguiram formatos que já vimos nas duas primeiras edições do reality show. Lívia Itaborahy cantou Vieste, de Ivan Lins, com um tom aveludado e romântico que encantou Daniel. Nise Palhares mostrou atitude e força com Pagu, de Rita Lee, os quatro viraram novamente, sendo que Leitte mais uma vez foi a escolhida.

Dudu Fileti mostrou superação depois de ter sido rejeitado no ano passado. Cantou Tente Outra Vez, de Raul Seixas. Todos viraram e ele escolheu Lulu Santos, um dos que o rejeitou no ano passado. O choro rolou solto para a alegria dos editores do programa.

Já a cantora Hellen Lyu se apresentou por trás de uma cortina - uma das poucas inovações desta edição -, como se nós fossemos os jurados. Foi escolhida por Claudia Leitte depois de cantar Valerie, de Amy Winehouse. Curiosamente, Lyu já havia sido eliminada de outro reality show, Ídolos, de 2009.

A única surpresa real veio com a chegada de Pedro Figueiredo com seu alter ego, Deena Love. A drag queen surpreendeu com a canção Calling You. Ao se depararem com a figura, os jurados se emocionaram. Não é preciso nem dizer que em mais um momento as lágrimas rolaram nos cantos dos olhos.

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"Em time que se está ganhando não se mexe" parece ser o mantra da TV Globo neste ponto, ao menos do ponto de vista de audiência e dos anunciantes. Fãs de música que esperam um grande compositor e que novas canções sejam escritas, e não somente requentadas, ficam cada vez com menos esperança de ver um grande talento surgir deste formato de programa.

Vamos aguardar.

Fonte: Terra
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