Muito se fala no clichê de o Brasil ser o país do futebol, mas, especialmente em tempos nos quais a seleção não vai tão bem, o esporte acaba chamando atenção mesmo é pelo comportamento errático de alguns de seus atletas. Festas regadas a bebedeiras, infidelidades, brigas e filhos fora do casamento permeia as manchetes e, de alguma maneira, parecem não abalar a imagem desses jogadores.
Ao contrário deles, sem salários milionários e patrocínios gigantescos, atletas de outras modalidades dão uma mostra de garra e resiliência que emocionam a todos. Foi exatamente o que aconteceu com o time de ginastas nesta terça-feira (30), na Olimpíada de Paris. O grupo formado Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Flavinha Saraiva e Julia Soares trouxe pela primeira vez uma medalha de bronze para o país, feito que seria impensável alguns anos atrás.
Mesmo sem apoio financeiro no nível do futebol, as garotas deram grandes mostras de suporte moral. Jade, aliás, foi quem desenhou e produziu as vestimentas com as quais todas competiram. Lorrane, há quatro meses, perdeu uma irmã. Transformou o luto em garra e seguiu treinando. Flavinha cortou o supercílio e continuou competindo.
Contra todas as apostas e mesmo com notas duvidosas no começo do julgamento, as atletas fizeram história. Juntas, provaram que o Brasil precisa escolher melhor os seus ídolos. Merecem toda a celebração possível.