Difícil saber quem riu mais na sabatina da GloboNews com José Luiz Datena, se o espectador ou os jornalistas que o questionavam. O candidato à Prefeitura de São Paulo, com seu jeito bonachão, deu à sua campanha ares de stand up, numa vibe "tiozão do pavê" misturado com "tia do zap".
Ao responder Natuza Nery, que perguntou por que ele não decolou ainda nas pesquisas, o ex-apresentador da Band respondeu: "Porque não sou avião". Pressionado por Julia Dualibi a falar de números, o agora político fez questão de convidá-la para assumir um cargo em seu governo caso eleito. Questionado por Andreia Sadi, fez a especialista cair na risada por não parar de interrompê-la.
O que ficou claro com o programa é que, enquanto os outros candidatos se digladiam, Datena parece mais preocupado em viver num mundo próprio. E, sem querer querendo, acaba por servir de alívio cômico durante uma campanha intensa. Desde sua primeira entrevista no "Roda Viva", o ex-âncora do "Brasil Urgente" vem tendo os números que apresenta questionados e não parece se incomodar. Pelo contrário, faz troça com isso. No debate da Band, chegou a reclamar do ex-colega de trabalho que fazia a mediação.
Já no começo da sabatina, Datena fez questão de ressaltar que não pretende desistir do pleito. A ressalva se justifica, uma vez que já quase deixou a TV por diversas vezes para tentar a carreira política. Até agora, nos debates e sabatinas, o que se vê é que ele ainda está mais confortável no papel de apresentador que de candidato, interrompendo falas e por vezes fazendo ele mesmo as perguntas. Pode até não ganhar a eleição, mas certamente será lembrado por esse período. Terá valido pelo menos pelo entretenimento.