Na era em que espectadores andam cada vez mais viciados em documentários de "true crime", se deparar com histórias que envolvem golpes pessoas tem despertado um interesse igualmente forte. Baseada num artigo escrito para a revista "Vanity Fair", a série documental "Anatomy of Lies", produzida pela Peacock, da NBC, acompanha uma história difícil de acreditar. Destinada a trabalhar como roteirista em "Grey's Anatomy", Elisabeth Finch fingiu ter câncer. E a partir daí só aumentou suas mentiras.
Ainda indisponível no Brasil, mas facilmente encontrável, a produção segue os passos de uma mitômana que levou experiências alheias - e também inventadas - para a televisão. E foi premiada graças a isso. Chegou a se tornar coprodutora executiva da série, uma das mais longevas da atualidade. As mentiras eram tantas que passaram a envolver até mesmo sua família - acusou o irmão de maus tratos, fingiu ter apenas um rim para a esposa, entre tantas outras.
Finch chegou até mesmo a fingir ajudar a cuidar das vítimas de um tiroteio, tal era seu nível de egocentrismo. Demorou para que a farsa fosse descoberta, mas, ainda hoje, ela não desculpou por suas criações que chegaram até mesmo a tirar o emprego de um diretor de TV. É assustador o que se faz pela fama - no Brasil não é diferente -, mas, neste caso, é impressionante que ninguém tenha descoberto antes.