"Heartstopper" se torna menos utópica e, enfim, adolescente

Série da Netflix explora assuntos densos e finalmente decide abordar vida sexual dos personagens

7 out 2024 - 04h58
Joe Locke (Charlie) e Kit Connor (Nick) em 'Heartstopper'.
Joe Locke (Charlie) e Kit Connor (Nick) em 'Heartstopper'.
Foto: Samuel Dore/Netflix/Divulgação / Estadão

Uma das maiores queixas ouvidas por quem assistia a "Heartstopper" era de que, embora fosse apaixonadamente fofa, a série não parecia ter adolescentes do mundo de hoje. Praticamente ninguém brigava, vivia aventuras subversivas ou o mais básico: nenhum deles tinha vida sexual. A nova temporada, que chegou à Netflix na semana passada, enfim, fez a história chegar à adolescência.

Mais densa, a terceira leva de episódios, enfim, leva a afetividade para outro nível. Nick (Kit Connor) e Charlie (Joe Locke) passam a sentir os hormônios falarem mais alto e explorar o desejo de um pelo outro. Ainda que de maneira tímida, rumam para suas primeiras vezes. No caso dos protagonistas, especificamente, a exploração da sexualidade virá aliada a um assunto sério: transtorno alimentar por parte de um deles, o que, claro, reflete também em questões de aparência.

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O mundo da série baseada nos quadrinhos de Alice Oseman parece, finalmente, ter chegado à adolescência, onde se descobre que nem tudo é cor de rosa na vida. Os problemas existem e o mundo pode ser cruel. É disso que, de maneira violenta, fica ciente Elle (Yasmin Finney), que, sendo uma menina trans, acaba confrontada com um mundo que não foi construído na base da aceitação e do respeito.

Embora retratados de maneira leve, mas profunda, os conflitos da produção a tiram de um lugar de ingenuidade e mostram disposição para discutir o mundo real. Ainda assim, até quem não é adolescente quer viver num mundo tão simples e cheio de amor quando o desta ficção. A vida seria bem mais tranquila.

Fonte: Fefito Fefito é jornalista, pós-graduado em direção editorial e mestrando em comunicação. Atualmente apresenta o TV Fama, na RedeTV!, além de ser colunista no Terra. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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