Não há como negar o tamanho do choque que foi Jojo Toddynho, finalmente, assumir sua ideologia política. Há muitos anos cercada por desconfiança, a funkeira pareceu adiar ao máximo o inevitável por suas razões: parcerias comerciais e, sim, pink money.
Tão logo ficou famosa, Jojo decidiu pegar carona no público de Anitta e investir na comunidade LGBT, com uma música em defesa da diversidade. Agora, ao se aliar ao espectro que tentar negar direitos básicos a essa parcela da população, a cantora mostra que sua defesa nunca foi genuína. Agora, parece mais ter sido um plano em busca de engajamento e dinheiro investido pela comunidade.
Quando deixou "A Fazenda", Jojo atingiu um patamar que muitos famosos não conseguiram. Fechou parcerias com marcas grandes, foi convidada para desfiles de grifes no exterior. O deslumbre com a proposta da extrema direita para que embarcasse numa possível candidatura, no entanto, jogou tudo o que conquistou fora. O prejuízo financeiro tem chances de existir, mas nada será tão grande quanto o prejuízo simbólico.
Jojo decepcionou parte considerável de seus fãs. A verdade é que não construiu nada de significativo em prol deles, apenas do próprio bolso. Se aliar sem medo a quem abomina e execra o público que lhe de deu um nome e uma carreira virou uma questão moral, mais que financeira. Apagar clipe é fácil, mas o passado e as decisões, não tanto. Depois não adianta voltar chorando.