Quando explodiu em popularidade na cobertura da Copa do Mundo, Fernanda Gentil virou um nome forte dentro do esporte da Globo. O jeito tranquilo, engraçado e ao mesmo tempo firme com que conduzia e analisava as pautas criaram uma identificação imediata com o público, algo difícil de conseguir. De olho no carisma da apresentadora, a emissora tratou de fazê-la migrar para o entretenimento. Não poderia ter erro maior nesse caso.
As incursões de Fernanda à frente do "Se Joga" e do "Zig Zag Arena" mostraram que ela era tudo aquilo que se via, mas ainda "jornalista demais" para comandar programas de variedades. Ela estava fora de sua zona conforto, onde havia sido bem sucedida. Sem função, acabou dispensada pelo canal e, dois anos depois, ressurgiu na Cazé TV durante a cobertura olímpica. Para quem amava a "versão original" não poderia ter acerto maior.
Na internet, com suas crônicas de final de dia, a apresentadora prova que nunca deveria ter saído de sua área de expertise. Seus textos emocionam e provocam reflexão. Não à toa viralizaram bastante nos últimos dias. Suas entrevistas descontraídas também dão o tom de seu trabalho. Fazia tempo que não a víamos tão livre.
Às vezes o caminho mais óbvio é também o mais desafiador. Ninguém precisa inventar a roda ou fugir à real vocação. Fernanda soube se retomar de onde parou e reforçou sua verdadeira vocação. Sorte de quem a assiste.
