Desde que a prisão de Deolane Bezerra no Recife, em Pernambuco, foi anunciada, uma miríade de fãs se aglomerou do lado de fora do presídio. O que antes parecia uma multidão em lamento, logo tornou-se uma espécie de circo, em que todos tentavam, de algum modo, capitalizar com o ocorrido.
Com equipes de TV ao vivo, a todo momento surgiam placas com a foto da influenciadora acompanhadas das respectivas arrobas de quem as segurava. Sim, tinha gente tentando ganhar seguidores a partir do infortúnio da advogada.
Nos links com emissoras locais, a todo momento repórteres perguntavam a anônimos a razão pela qual eram fãs da influenciadora. Em sua grande maioria, a resposta era que gostavam do "conteúdo" dela. Na TV Guararapes, num dos links, o repórter insistiu com um homem de meia idade que conteúdo era esse. Enrolado, ouviu de um amigo que ele gostava da "beleza" dela. Depois, pressionado a descrever o "conteúdo", respondeu: "Esqueci".
De fato, mais parecia que o público do lado de fora da detenção vivia mais interessado na catarse do que, de fato, em se solidarizar com a advogada. Deolane certamente tem muitos fãs, mas, durante sua prisão, muitas pessoas trataram de tentar tirar vantagem ou apenas espiar o que acontecia no noticiário nacional. Fica a lição de que nem toda influência é percebida como espera.