No mundo do teatro e da TV muito tem se discutido sobre produtores de elenco que levam em consideração o número de seguidores dos atores para escalá-los para algum papel. Não por acaso, alguns veteranos têm criticado a presença de influenciadores que não estudaram para o ofício em novelas. No que depender da Globo, no entanto, este é um caminho sem volta.
Existem duas razões claras para escalar potências da internet para a televisão. É sabido que eles não necessariamente convertem audiência, mas tornam-se um instrumento fundamental de divulgação. Os contratados publicarão em suas redes sobre as novelas em que estão, bastidores da emissora e outros programas para os quais são convidados. Podem, até mesmo, fazer um desdobramento da publicidade da novela para seus perfis.
No plano comercial de "Garota do Momento", nova trama das seis, o nome de Maisa Silva, por exemplo, vem com um aviso de que ela possui 50 milhões de seguidores. Bella Campos, que viverá Maria de Fátima em "Vale Tudo", possui 10 milhões.
Mas a real razão do flerte da Globo com o mundo da influência é também uma nova empresa. A VIU, sua agência de talentos, pretende empresariar vários famosos e ganhar uma porcentagem em cima disso. Já migraram para a plataforma nomes como Eliana e Gil do Vigor. Ex-BBBs como Beatriz Reis, Pitel e Fernanda Bande também assinaram com a agência. Ao escalar nomes grandes da internet, a Globo vai, aos poucos, iniciando um namoro para contratá-los também para essa nova empreitada.
Portanto, leitor, pode se acostumar. Os influenciadores não deixarão a tela da Globo tão cedo.
