Sucesso de "Tieta" é lição para novelas atuais da Globo

Público claramente tem mandado sinais de que sente falta de novelas com cara de novela e não aprova "sofisticação"

9 dez 2024 - 14h38
Tieta (Betty Faria) de Tieta
Tieta (Betty Faria) de Tieta
Foto: Reprodução/Globo / Contigo

Tão logo entrou no ar, a reprise de "Tieta" na Globo mostrou que ainda tem muito fôlego para mexer com a audiência. A novela de Aguinaldo Silva, originalmente exibida em 1989, chegou a bater índices muito próximos de "Mania de Você", atual trama das nove da emissora. O horário vespertino de folhetins, aliás, vive uma boa fase e já veio embalado pelo sucesso de "Alma Gêmea".

O que essas novelas têm, portanto, que falta às tramas inéditas da noite? A resposta pode ser mais estética e óbvia do que se espera. Ambas têm "cara de novela". Nos últimos tempos, a Globo passou a exibir suas tramas com muita sofisticação. A ideia era aproximar sua fotografia e seus roteiros do cinema e do mundo das séries. Ocorre que, em se tratando de um produto cultural que está impregnado no cotidiado do brasileiro há décadas, alguns maneirismos mais afastam do que ajudam.

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Jogos de luz e sombra, enquadramentos que mais escondem atores do que mostram, narrativas às vezes ralentadas, nada disso é visto com exagero nas novelas dos anos 80 e 90, considerada uma época de ouro para o gênero. Rebuscar algo que já era sucesso no formato original pode, a longo prazo, ser considerado um tiro no pé. O público não quer sofisticação, mas, sim, diversão. Esquecer disso é erro crasso.

Talvez seja o momento de a Globo dar dois passos para trás e aprender algo com seu passado. "Tieta" e "Alma Gêmea" certamente têm ensinamentos valiosos.

Fonte: Fefito Fefito é jornalista, pós-graduado em direção editorial e mestrando em comunicação. Atualmente apresenta o TV Fama, na RedeTV!, além de ser colunista no Terra. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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