Provas revelam viagens de príncipe à ‘ilha da pedofilia’

Registros de voo do jato particular do explorador de mulheres Jeffrey Epstein complicam a situação de Andrew

6 dez 2021 - 10h06
Andrew se tornou tóxico para a imagem da rainha Elizabeth
Andrew se tornou tóxico para a imagem da rainha Elizabeth
Foto: Reprodução

O que está ruim sempre pode piorar. O príncipe Andrew sente isso na pele. A imprensa britânica teve acesso a planilhas de voo do avião de Jeffrey Epstein, o financista bilionário que liderava um esquema de tráfico e exploração sexual de mulheres, inclusive menores de idade, e teria fornecido companhias ao terceiro filho da rainha Elizabeth.

Há registros de pelo menos quatro viagens de Andrew no ‘Lolita Express’, apelido pejorativo do jato. Lolita é uma referência à personagem do romance homônimo de Vladimir Nabokov: a menina de 12 anos por quem um professor de meia-idade desenvolve obsessão sexual. Depois do livro, lançado em 1955, o termo ‘lolita’ passou a ser usado para designar toda garota bonita extremamente sedutora.

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O destino dos voos com o príncipe a bordo era a ilha particular de Epstein, chamada Little Saint James, no arquipélago das Ilhas Virgens, no Caribe. “O local agora é conhecido como ‘ilha da pedofilia’ por causa dos terríveis abusos que ocorreram lá”, explicou o jornal ‘The Mirror’.

A imprensa britânica não poupa o príncipe de críticas
Foto: Reprodução

As viagens para o seleto grupo de amigos – políticos, magnatas, artistas e membros de monarquias – começavam com serviço de bordo especial. Os passageiros comiam bife japonês wagyu (a carne mais cara do planeta) e blinis com caviar russo. Brindavam com champagne francês Cristal.

Na chegada à ilha, o grupo usufruia de instalações luxuosas e um harém de mulheres induzidas a fazer sexo com os convidados do anfitrião. O príncipe também voou no ‘Lolita Express’ para a mansão de Epstein – que se matou na cadeia em agosto de 2019 – em West Palm Beach, na Flórida. A chamada “casa das orgias” foi demolida pelo novo proprietário do terreno.

Pesa sobre Andrew pelo menos uma acusação grave: fazer sexo com Virginia Giuffre, que afirma ter sido abusada pelo príncipe quando tinha 17 anos. Hoje advogada, ela abriu um processo civil contra o filho com fama de galã da rainha Elizabeth.

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Andrew, de 61 anos, também conhecido como Duque de York, nega ter tido “conduta inadequada”, mas poderá ser denunciado, indiciado e julgado por uma corte de Nova York. Existe a possibilidade de a justiça americana pedir sua extradição. Sem ter a ‘imunidade soberana’ da mãe, o príncipe está em situação extremamente delicada e produz constrangimento à rainha, de 95 anos.

Nono na linha de sucessão ao trono, ele se tornou um pária no próprio clã. Todos evitam aparecer ao seu lado para não terem a imagem pública contaminada pelo escândalo sexual. As filhas, princesas Beatrice e Eugenie, se recusam a comentar o caso, mas, longe da mídia, dão apoio ao pai, que não se casou novamente após se separar de Sarah Ferguson em 1996.

Ninguém ousa questionar a rainha sobre a desonrosa acusação contra seu filho, de quem ela sempre foi muito próxima. Discretamente, a monarca tem usado milhões de libras de suas reservas para pagar os advogados que defendem Andrew. Já o herdeiro da coroa, príncipe Charles, não quer saber do irmão encrencado.

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