O flerte de Jair Bolsonaro com a Globo não o fez recuar nas críticas. Uma semana depois de dizer que aceitaria dar entrevista ao vivo à emissora que ele diz persegui-lo, o presidente voltou a atacar o canal em sua live semanal.
“Eu tô mostrando a verdade. Quem não quiser ouvir a verdade, vai lá na Globo”, disse. A declaração fez parte de postura defensiva adotada por Bolsonaro diante das notícias sobre o aumento do preço do gás de cozinha e da tarifa de energia elétrica. Em outro momento, ao reclamar da “imprensa sem moral”, voltou a citar a emissora da família Marinho.
Bolsonaro jura nunca assistir à Globo, mas na live se mostrou preocupado com a maneira como o 'Jornal Nacional' mostraria o protesto de uma mulher durante seu discurso sobre os mil dias de governo em evento em Belo Horizonte. O 'JN' de ontem não noticiou o fato. Para um político, não ter notícia ruim exibida na TV é tão ou mais importante do que ser protagonista de manchete positiva.
Ainda na transmissão no YouTube e nas redes sociais, o presidente insinuou que ‘Folha de S. Paulo’, ‘Estadão’ e ‘O Antagonista’ também fazem jornalismo baseado em mentiras. Os veículos citados cumprem seu papel ao contestar e cobrar os Poderes da República. Foram igualmente incisivos com presidentes anteriores.
Um momento inusitado: ao relembrar sua educação militar, Bolsonaro fez um comentário a respeito de alunos de uma tradicional escola federal no Rio de Janeiro. “No Colégio Pedro II, meninos com vestido, meu Deus do Céu!... Sem futuro nenhum, tá lá na escola, de saia.”