O principal procurador de Ruanda pedirá que o caso de Paul Rusesabagina, retratado como um herói em um filme de Hollywood sobre o genocídio de 1994 no país e hoje em julgamento por terrorismo, seja fundido ao de ex-rebeldes sob custódia do Estado, disse o procurador nesta segunda-feira.
Aimable Havugiyaremye disse que planeja apresentar um indiciamento conjunto de Rusesabagina e 18 outros ruandenses que descreveu como combatentes da Frente Nacional de Libertação, a facção militante do partido político Movimento de Ruanda pela Mudança Democrática (MRCD).
"Acreditamos que todos os 19 acusados deveriam ser julgados juntos. Esta é uma prática comum conhecida como princípio de conectividade de crimes, que está contemplada em nossas leis", disse.
Havugiyaremye disse que as acusações de Rusesabagina têm relação com seu papel de liderança no que descreveu como "o grupo armado conhecido como MRCD/FLN", que foi formado cerca de três anos atrás.
Ao depor em seu julgamento na sexta-feira, Rusesabagina disse que apoiou grupos de oposição, entre eles o MRCD, mas negou qualquer envolvimento com episódios de violência.
No mesmo dia, ele teve um pedido de fiança recusado pela segunda vez --o juiz citou o risco de ele fugir.
O procurador também disse que Rusesabagina tem liberdade para escolher seus advogados de defesa e de substitui-los a qualquer momento.
Rusesabagina, que diz ter sido enganado para retornar a Ruanda do exterior, teve sua escolha de advogados de defesa negada, disseram sua família e seu advogado em entrevista coletiva online na semana passada. Sua equipe de defesa foi nomeada pelo governo de Ruanda.