O telejornalismo não ficou entusiasmado com as manifestações antibolsonaristas de sábado (2). Com William Bonner e Renata Vasconcellos de folga, o ‘Jornal Nacional’ fez um resumão dos atos em 6 minutos.
Na bancada, Flavio Fachel e Ana Luiza Guimarães dividiram a narração do ‘off’ (texto sobre as imagens). Não teve repórter no vídeo. Ao mostrar o protesto na Avenida Paulista, o ‘JN’ citou nominalmente líderes de esquerda que discursaram.
O ‘Jornal da Band’ exibiu trechos dos pronunciamentos inflamados. “Bolsonaro, ouça a Paulista! Ninguém vai arredar o pé, ninguém vai desistir do Brasil”, disse Fernando Haddad, do PT, em trecho da matéria de 1 minuto e 30 segundos conduzida pela repórter Roberta Scherer.
No ‘RedeTV News’ foram 2 minutos e 20 segundos dedicados à notícia. “Houve baixa adesão se comparada à dos atos em apoio a Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro”, afirmou o jornalista Marcelo do Ó, na bancada.
O ‘Jornal da Record’ foi bastante econômico ao relatar os protestos pelo Brasil: gastou apenas 45 segundos da duração de 1h15 da edição de ontem.
Na cobertura do ‘SBT Brasil’, o repórter Fabio Diamante, na Avenida Paulista, ressaltou que os manifestantes estavam “sem nenhum distanciamento” e informou algo não dito em outros canais: “Ciro Gomes, do PDT, foi vaiado”.
No geral, tanto as emissoras com jornalismo assumidamente crítico a Jair Bolsonaro (Globo e Band) quanto aquelas vistas como aliadas ou simpáticas ao presidente (RedeTV, Record e SBT) não deram atenção especial às manifestações em defesa do impeachment.
A televisão gosta de imagens impactantes, números grandiosos. Os atos visivelmente menores em relação a protestos anteriores contra Bolsonaro entraram nos telejornais apenas como mais um acontecimento do dia, sem merecer protagonismo na pauta.
Caso tenha acompanhado a cobertura pela TV, o presidente deve ter tido na sequência uma noite de sono tranquila. Desta vez, nem a Globo se dispôs a criticá-lo.