Assane Diop está de volta. E, dessa vez, ainda mais conduzido por seu desejo de vingança contra Hubert Pellegrini. A Parte 2 de Lupin, que estreia nesta sexta-feira, 11, mantém a qualidade de sua primeira temporada com ótimas sequências de ação, suspense e traz ainda mais intensidade e pitadas de romance.
Para a continuação da série de sucesso da Netflix, o carisma de Omar Sy continua sendo a figura chave e fonte de magnetismo. São dele as melhores sacadas cômicas, com timing preciso e bem mesclado às sequências de ação. É também por ele que o espectador se dispõe a fazer as concessões que a trama pede.
A sequência retoma exatamente de onde a primeira parte termina. Durante um passeio em família com a sua ex-parceira Claire, Raoul, o seu filho, é sequestrado por um dos capangas do Pellegrini. Assane então parte em uma missão de resgate – e com um parceiro inesperado que renderá bons momentos na série, por mais que poucos. Um destaque obrigatório é para o fim do Capítulo 5, que traz a sequência de maior tensão da série. É para assistir segurando a respiração.
O retorno da série acaba também com o elemento surpresa de Assane. O seu rosto e a sua identidade não são mais desconhecidos pela polícia, e, portanto, não só o nosso ladrão favorito está em uma caçada, mas ele também está sendo caçado. Entra aqui, portanto, uma das concessões que temos que fazer. Mesmo procurado, Assane continua encontrando formas de entrar em lugares sem ser notado. É quase uma licença poética.
Outra concessão são os planos mirabolantes. Por mais impossíveis que eles pareçam, a grande graça da série é acompanhar os bastidores dos truques. E nisso a narrativa é muito sagaz em entregar a história de forma não linear, prendendo cada vez mais quem está assistindo.
Os flashbacks da segunda parte da série também revelaram mais detalhes do passado dos personagens principais. O que foi muito interessante. O público vai poder descobrir mais detalhes sobre o relacionamento de Assane com o pai e com a Claire, o início de sua “carreira” inspirado em Lupin, com destaque para a parceria com o amigo Benjamin, que resistiu ao tempo, e também vai dar espaço para o romance com Juliette. A história mal resolvida com a filha do seu arqui-inimigo é um dos bons momentos que a série traz para falar sobre o racismo, sem um debate muito profundo, mas bem aproveitados.
Com a próxima temporada confirmada, a Parte 2 se assemelha em muito com o término da Parte 1, depois de uma bela reviravolta, deixa muitas tramas em aberto. Mas com uma série que mescla ação, suspense, humor e drama de forma tão competente, a gente espera (ansioso) para acompanhar mais sobre as aventuras de Assane tão bem interpretado por Omar Sy.
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