O novo documentário da Netflix vem deixando as audiências perplexas. 'Pai Nosso' traz a história verídica de um médico de fertilidade norte-americano que durante 30 anos usou o próprio esperma para fertilizar artificialmente suas pacientes, sem que elas soubessem, sendo responsável pela concepção de 94 crianças.
A história começa com investigação de Jacoba Ballard. Aos 10 anos, os seus pais lhe contaram que usaram esperma de um doador para concebê-la e procuraram um dos médicos de fertilidade mais famosos de Indianápolos (EUA), Donald Cline, que inaugurara a sua clínica em 1979. Na época, Cline disse a eles que estudantes de medicina eram usados como doadores de esperma, uma mentira que seria descoberta somente 30 anos depois.
Em 2014, Jacoba fez um teste de DNA e descobriu sete meios-irmãos que também foram inseminados com o esperma de Cline. A busca de Jacoba e de seus meio-irmãos para encontrar respostas e justiça é o foco de 'Pai Nosso'.
Até o momento existem 94 crianças parcialmente concebidas por Cline. Uma alta proporção tem distúrbios auto-imunes, que eles atribuem ao médico, cuja artrite reumatóide o teria impedido de se qualificar como um de seus doadores oficiais. Boa parte deles vivem próximos, dentro de um raio de 40 km, o que explica o medo relatado por alguns irmãos de já ter se relacionado, sem saber, com uma pessoa que seja da sua família biológica.
Jacoba decidiu contar a sua história no para "espalhar a conscientização sobre a fraude de fertilidade e, com sorte, criar alguma mudança significativa para pacientes em todo o mundo. Infelizmente, Donald Cline não é o único médico de fertilidade que cometeu essa violação indescritível e espero evitar que isso aconteça novamente”, disse à revista People.