'Rua do Medo: 1666' volta no tempo pra encerrar a trilogia

Último filme da saga inspirada na obra de R.L Stine explica as origens da maldição de Shadyside e deixa espaço para continuação

17 jul 2021 - 02h04
(atualizado às 09h00)
Terceiro filme da saga 'Rua do Medo' estreia nesta sexta-feira, 16, na Netflix
Terceiro filme da saga 'Rua do Medo' estreia nesta sexta-feira, 16, na Netflix
Foto: Reprodução/Netflix / Reprodução/Netflix

Após doses extras de sangue, sustos e diversas homenagens a clássicos do gênero de horror como Pânico, Halloween e Sexta-Feira 13, Rua do Medo: 1666- Parte 3 estreou na Netflix na sexta-feira, 16, encerrando a trilogiia inspirada na obra homônima de R.L Stine. O filme demora a encontrar o próprio ritmo, mas finaliza de forma satisfatória a saga, amarrando as pontas soltas que as partes anteriores deixaram. 

Justiça seja feita, Leigh Janiak prova que sua direção vai além de referências aos clássicos do gênero de horror, orquestrando de forma equilibrada  os momentos de comédia, sustos e sangue. No entanto, Rua do Medo: 1666 começa num ritmo mais lento e lúgubre, apresentando com calma, às vezes em excesso, a origem da maldição que aflige Shadyside.

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O longa começa com o espectador transportado para o ano de 1666, para Union, como era então chamada Shadyside. Depois de conseguir unir a mão aos demais restos mortais de Sarah Fier, Deena (Kiana Madeira) volta ao passado e revive os últimos dias da bruxa. A frieza e formalidade das atribuída as personagens ambientadas no século 17 parecem dificuldar o entrosamento de parte do elenco, o que provoca certo estranhamento no espectador.

O lado bom é que é possível rever alguns atores talentosos que participaram de 1994 e 1978, com destaque para Sadie Sink (Stranger Things), Emily Rudd, Julia Rehwald, além da dupla de irmãos vivida por Kiana Madeira (Deena) e Bejamin Flores Jr (Josh)

Superando o estranhamento é possível testemunhar junto a Deena como a pequena população se rende a histeria religiosa para explicar os estranhos eventos que assolam a cidade. O envenenamento dos poços d´água, frutas e alimentos mofados, mudanças perturbadoras no comportamento de alguns animais e principalmente do pastor local. 

E de quem seria a culpa por essa onda de horror e infortúnio? Das mulheres que não se enquadram nos estereótipos de gênero e foram vistas em atos obcenos, amaldiçoando toda a cidade. Tochas e cordas para os homens, fogueiras e enforcamento para as mulheres. Nasce então o mito da bruxa maligna, assim como o ritmo da história. Ainda que Janiak demore para construir a atmosfera de histeria e terror psicologico na qual se inspira, a partir de filmes como As Bruxas de Salém (1995) e A Bruxa (2015), estrelado Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha), vale a pena esperar. Sara Fier é morta e com ela a verdade, mas agora temos Deena como testemunha. 

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Dirigido por Leigh Janiak, 'Rua do Medo' foi aposta ousada da Netflix
Foto: Reprodução/Netflix / Reprodução/Netflix

Para quem já estava com sudades do clima de terror de entretenimento, a segunda parte compensa a demora. Deena sai de seu "transe" e volta ao ano de 1994 ciente da verdade sobre a maldição e, claro, com alguma ideia sobre como vencê-la.   

Rua do Medo chega ao fim com mais altos do que baixos, evidenciando um planejamento metiiculoso, além da habilidade da diretora em trafegar pelas referências clássicas sem cair numa espécie de "anacronismo". As diferentes temporalidades abordadas na trilogia conseguem se conectar, destacando a ideia de continuidade e possíveis  sequências.  Rua do Medo: 1666  encerra (por equanto?) a saga levando aos fãs dos filmes de terror doses de nostalgia, sangue, comédia e até mesmo crítica social. Afinal,  a perseguição às mulheres que não se encaixavam em stereótipos não é apenas obra de ficção. 

Fonte: Redação Terra
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